quarta-feira, 28 de agosto de 2013

“Amor à Vida”: Em meio a situações surreais em cenas que deveriam ser sérias, Tatá Werneck ainda vive a personagem mais divertida e condizente com seu escalão


Tatá Werneck soube aproveitar a “inteligência pura” de Valdirene e, desde a estreia de “Amor à Vida”, em maio, vem garantido não apenas o destaque da sua personagem na novela das nove da Rede Globo, como também a sua presença em quase todos os programas da emissora. Ela já bateu ponto em atrações como o “Fantástico”, o “Mais Você”, o “Domingão do Faustão” e é figurinha fácil no “Caldeirão do Huck” e no “Vídeo Show”. Overdose? Pode até ser. Mas ela está tirando de letra essa super exposição, que acontece justamente em seu primeiro trabalho em novelas.

Sem falar que o autor Walcyr Carrasco tem sido generoso com Valdirene. Em meio a tantos personagens considerados de primeira linha que vivem situações surreais em meio a cenas que deveriam serem tratadas com seriedade, a periguete deita e rola na sua busca por marido rico. Um pequeno exemplo disso aconteceu no capítulo dessa terça-feira (27), quando Paloma (Paolla Oliveira) foi para o Peru procurar a filha sequestrada e logo na chegada a Cuzco diz que vai “fazer umas comprinhas”. Na boca de Valdirene, a frase seria apenas mais uma piada, mas na da protagonista pegou muito mal.

É preciso destacar ainda que Tatá encara com muito bom humor o desafio de interpretar uma periguete que se acha irresistível e sedutora. Afinal, ela deve ter consciência de que não tem os atributos físicos de atrizes saradas e com barriga tanquinho que já fizeram sucesso nesse tipo de papel, como Ísis Valverde, a Suelen de “Avenida Brasil”, ou Deborah Secco, a Natalie Lamour de “Insensato Coração”. Para completar, a atriz não se intimida na hora de exagerar no lado sem noção, quase grosseiro, nas atitudes da personagem, caminhando de forma desengonçada, de pernas abertas, falando de boca cheia enquanto come compulsivamente e usando um figurino minúsculo, sim, mas muito cafona.

É claro que a parceria com a ótima Elizabeth Savalla, intérprete de Márcia, a mãe de Valdirene, e com Anderson Di Rizzi, também sabendo aproveitar seu momento como Carlito, ou Palhaço, o eterno apaixonado pela periguete, valorizaram o trabalho de Tatá. O trio de atores, com profissionalismo, está tirando de letra e, com graça, dando um respiro a uma trama com deslizes inacreditáveis, como o fato de um casal de médicos de um hospital conceituado ficar pedindo emprestado o apartamento de amigos para “saciarem” o tesão. Nenhum dos dois, Michel (Caio Castro) e Patrícia (Maria Casadevall), nunca ouviu falar em motel? Não bastasse isso, eles ainda vão transar dentro de provadores de lojas de confecção, como fizeram no capítulo dessa quarta-feira (28)? Isso já deve ser assunto para outro comentário no blog, mas, do jeito que essa novela vai, não se sabe mais que assunto faz parte de qual comentário.


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