segunda-feira, 30 de janeiro de 2017

“Jornal Nacional”: Ao ignorar morte de Russo, telejornal revolta redes sociais e compromete Jornalismo da Rede Globo


Ao não dar nem ao menos uma nota coberta sobre a morte de Russo, o assistente de palco que trabalhou por quase 50 anos na Rede Globo, o “Jornal Nacional” desse sábado (28) mais uma vez mostrou não apenas uma falta velada de comprometimento com a notícia como uma total falta de sensibilidade com aqueles que fazem parte da história da própria emissora. Independentemente de questões pessoais, o contrarregra, demitido em 2015, fez parte da história da televisão brasileira ao lado de nomes como Chacrinha, Xuxa, Fausto Silva e Luciano Huck, que através da internet dedicou a ele o “Caldeirão”, deste sábado, que estava gravado. Faustão, no “Domingão”, ao vivo, também fez seu registro, lamentando a morte aos 85 anos do operador de microfones Antônio Pedro da Silva: “Ele trabalhou 46 anos na Globo com muita competência e dignidade”, afirmou o apresentador. E muitos outros artistas, da Globo e de outras emissoras, prestaram suas homenagens a Russo através das redes sociais, inclusive com repercussão no portal sobre celebridades que faz parte do grupo.

Não é de hoje que é perceptível a diferença tanto da linha editorial quanto do carisma dos apresentadores do “Jornal Nacional” em relação aos demais telejornais da emissora. E é incompreensível como o “JN” continue sendo tratado como carro-chefe do jornalismo da Rede Globo. E, como tal, continue tendo o poder de ditar as regras em relação aos demais telejornais da casa. Até porque é gritante a diferença que há entre a forma como uma mesma informação veiculada no “JN” é tratada no “Bom Dia Brasil”, no “Jornal Hoje” e no “Jornal da Globo”. Lógico que pesa a visão dos respectivos editores-chefes. E também da postura dos apresentadores.
Como a morte de Russo aconteceu em um sábado, é claro que a decisão sobre a cobertura ou não do fato ficou por conta da chefia do “JN”. Portanto, cabe à editoria do mesmo toda a responsabilidade pela omissão do fato.

Talvez já esteja na hora de tirar do telejornal, que tem a figura de William Bonner como marca registrada tanto como editor-chefe quanto como apresentador, uma representativa que ele já não tem mais. Desde a era da internet, a notícia não tem mais horário nobre. A informação está no ar o tempo todo. E se a direção do Jornalismo da Globo não tirar o “Jornal Nacional” de um pedestal que não lhe pertence mais, a derrocada poderá ser lenta, mas cada vez mais constrangedora através da reação das redes sociais.



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sexta-feira, 27 de janeiro de 2017

“Amor e Sexo”: Estreia trata feminismo com velhos chavões, censura opinião masculina e não traz contribuição à luta das mulheres


O tema para a largada da nova temporada de “Amor e Sexo”, Feminismo x Machismo, não é novo, pelo contrário, mas sempre desperta interesse e rende polêmicas. No entanto, o assunto não foi bem desenvolvido, virou mais uma repetição de chavões já batidos, sem inovação e sem um comprometimento responsável na estreia que foi ao ar nessa quinta-feira (26), na Rede Globo. Culpa de Fernanda Lima? Não. Percebeu-se claramente que a apresentadora estava apenas seguindo o texto escrito pela equipe de roteiristas e atendendo a linha desejada pela direção. Só que no conjunto bateu-se na mesma tecla de forma repetitiva, sem trazer qualquer tipo de inovação ou contribuição.

Para piorar, caiu na radicalização ao não deixar os representantes masculinos que fazem parte do programa se manifestarem. Foi constrangedor ver Otaviano Costa, José Loretto e Dudu Bertholini com tarjas na boca para não opinarem. Otaviano, que não chega a ser uma presença muito atraente, até quis mostrar um pouco de personalidade ao tentar contestar o fato de não poder expressar seu apoio à causa. E Fernanda Lima, ligada no automático e apoiada por Mariana Santos, Gabi Amaranto e Karol Conka, nem quis ouvir e seguiu o roteiro exatamente como segue cada passo das coreografias preparadas especialmente para ela sensualizar diante das câmeras.

O que deveria ser um esclarecimento de novos conceitos só reforçou velhos rótulos ao buscar o velho e ultrapassado sutiã como símbolo. Uma pena que com tantas convidadas representando a luta pelos direitos das mulheres – que, aliás, nem foram devidamente identificadas no ar - como a roteirista Antônia Pellegrino e Djamila Ribeiro, secretária-adjunta dos Direitos Humanos, Fernanda ficou batendo na tecla de que é preciso avançar na luta, quando ela própria não avançou em nada na questão através do seu programa. E para tornar a discussão ainda mais fanfarrona teve as participações de Eduardo Sterblitch (aquele ex-Pânico) fazendo uma desconstrução machista ridícula e da atriz Grace Gianoukas vestida de Clitônia.

A única cereja nesse bolo foi mesmo a presença sempre reverenciável de Elza Soares. E a cantora arrasou até no bate pronto da entrevista em que a apresentadora deixa no ar para ela completar: “O que nunca disseram de você...”. E Elza respondeu prontamente: “O que nunca disseram eu nunca ouvi, porque nunca disseram, né?”.
E Fernanda Lima encerrou o programa com aquela naturalidade artificial de quem está sempre lendo o texto pronto no teleprompter... Ou seja, sobre o que não está no script ela não fala, porque não escreveram...


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quarta-feira, 25 de janeiro de 2017

“Big Brother Brasil 17”: Edição traz perfis distintos, mas repetitivos, e ausência de patrocínio enfraquece prova de resistência


Após uma estreia que passou a ser chamada de pré-estreia, a segunda noite do “Big Brother Brasil 17” nessa terça-feira (24), na Rede Globo, foi marcada pela entrada dos 13 participantes divididos pelas regiões de origem de cada um. Curioso que não há nenhum representante do Rio de Janeiro. São três paulistas, uma mineira, um mato-grossense, dois brasilienses, uma amazonense, um alagoano, uma baiana, uma paranaense e dois gaúchos. Dos quatro gêmeos que disputaram as duas vagas restantes, dois são capixabas e duas, gaúchas. Independentemente do critério de onde eles vieram, a seleção conseguiu formar um grupo com perfis distintos, embora alguns estejam claramente repetindo atitudes de ex-bbbs.

O principal diferencial está na entrada da paratleta de velas Marinalva, 39 anos, que chegou avisando que não quer ser tratada de forma diferenciada, já malhou na academia e trocou sua prótese da perna esquerda totalmente à vontade diante dos companheiros de quarto. Já entre os que mais tentaram se destacar está Roberta, 21 anos, a gordinha feliz que corre o risco de passar de engraçada para a Cacau da vez. Mal entrou e ela já ficou amiga de todos, evita emitir opiniões que a comprometam e faz de tudo para atrair para ela as atenções, até improvisou um programa de TV logo na primeira noite, igual fazia a vice-campeã da edição anterior. E quem conquistou de cara a antipatia geral na casa foi a bailarina Gabriela Flor, 27 anos, que entrou mostrando cara de entojada e ao perceber que não estava agradando resolveu se soltar, mas a transformação ficou forçada e exagerada.

Também chamaram a atenção o ex-jornalista Pedro (29), que gosta de usar vestidos; o agente de trânsito Daniel (41), que faz a linha coitadinho dizendo que está lá pela filha e pela mãe doente; Ilmar (38), o indigenista que quer monopolizar a cozinha; Elis (40), e a vendedora ambulante que está ansiosa para começarem as tretas na casa. Já a ex-miss Vivian (23) e a advogada Mayara (26), dupla que ganhou a primeira prova do líder, já se tornaram amigas de infância e estão atentas aos demais para decidir quem vão mandar para o primeiro Paredão.           

Sobre a nova decoração, a casa foi transformada numa espécie de showroom, a área externa parece mais um boulevard e a interna tem uma cenografia muito mais comercial do que doméstica. Só falta a plaquinha com os preços de cada móvel e adereços. E quanto à apresentação, Tiago Leifert deu conta do recado ao interagir ao vivo com os participantes, mas era visível que estava nervoso na hora de anunciar a prova do líder. Aliás, com a falta da marca de veículos que patrocinou as temporadas anteriores e resolveu ficar de fora dessa, não havia nenhum carro zero quilômetro em jogo e, talvez por isso, a prova de resistência não durou muito. Sem o prêmio como estímulo, a primeira dupla foi eliminada quando o programa ainda estava no ar. Boninho vai ter que pensar em algum atrativo para estimular os participantes a realmente mostrarem resistência nesses desafios. Por enquanto, as atenções estão voltadas mesmo para qual dos gêmeos de cada dupla ficarão na casa. A votação do público começou hoje e a saída dos menos votados acontecerá no domingo (29).


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terça-feira, 24 de janeiro de 2017

“Big Brother Brasil 17”: Tiago Leifert mostra segurança em estreia com gêmeos atuando e presença dispensável de Rafael Cortez


Apesar de ter sido chamada de estreia, não foi esse o clima mostrado na primeira apresentação do “Big Brother Brasil 17” exibida nessa segunda-feira (23) na Rede Globo. Pareceu mais uma espécie de piloto para testar a desenvoltura de Tiago Leifert, ao vivo, como substituto de Pedro Bial. E, apesar das queixas nas redes sociais dos saudosistas do jornalista que comandou o reality desde sua estreia durante 16 anos, Tiago se saiu muito bem ao interagir com as duas duplas de gêmeos que já estão na casa. Resta saber se ele terá o mesmo jogo de cintura a partir dessa terça-feira (24), quando realmente estarão na casa os 15 participantes. E sua prova de fogo será realmente quando acontecer a primeira eliminação, ocasião em que Bial deixava sua marca através de discursos filosoficamente dúbios que garantiam um suspense quase previsto sobre quem deixaria o programa.

Nessa primeira noite, apresentada como mais uma novidade, dois gêmeos do Espírito Santo, Antônio e Manoel, e duas gêmeas do Rio Grande do Sul, Emilly e Mayla, entraram para disputar quem de cada dupla permanecerá na casa. A decisão será através de votação do público. A ideia até poderia ser boa, se tivesse sido desenvolvida de forma mais espontânea. O que se viu, no entanto, foram quatro jovens atuando escancaradamente diante das câmeras como se estivessem sendo testados para entrar em “Malhação”. O clipe de apresentação de cada dupla tinha claramente um roteiro pronto e texto decorado para uma edição previamente programada. Até mesmo na hora do “Espia”, no fim, quando eles deveriam estar à vontade na sala sem saber que estavam no ar, pareciam estar todos ensaiados e um dos gêmeos chegou ao extremo de falar o tempo todo olhando para a câmera do ao vivo. Ficou muito forçada a tal “espiadinha”.

Para completar, ainda aparece Rafael Cortez como repórter, repetindo mais uma vez o personagem dele mesmo criado nos tempos de “CQC”, da Band. Poderia ter se reciclado ao ir para a Globo, mas continua achando que agrada com o mesmo tipo chato e sem graça no “Vídeo Show” e agora no “BBB”. Acho que Carol Paixão (Rodrigo Sant’anna) vai fazer muito mais falta do que Bial nesse “BBB”...