domingo, 9 de julho de 2017

“PopStar”: Falta originalidade no formato e competição é injusta com amadores ao permitir artistas com experiência no páreo


Apesar de ter sido anunciado que “PopStar” seria um programa com “formato original da Rede Globo”, a estreia nesse domingo (9) mostrou apenas um pouco mais do mesmo que já foi visto em tantas outras competições do gênero. Trata-se apenas de um produto que pincelou detalhes de outras atrações como “Superstar” e “Ídolos”, entre outros. Não foi original nem no título, já que apenas tirou o “s” do final do “PopStars”, o reality do SBT que lançou a banda Rouge em 2002, mesmo ano em que a Globo lançou o “Fama”. Talvez a estratégia seja para fugir do pagamento de Direitos Autorais caso assuma ser apenas mais uma versão brasileira para programas semelhantes criados em outros países. De qualquer forma, o único diferencial de “PopStar” é o fato de os competidores serem artistas que fazem parte do quadro de funcionários da Globo. A graça estaria justamente em nenhum deles ser músico profissional, mas também não é o que acontece, pois cinco dos 14 concorrentes investem na carreira musical paralelamente a suas áreas de atuação oficial. Entre os que já trazem uma bagagem estão André Frateschi, Marcello Mello Jr. e Thiago Fragoso, que são vocalistas de suas respectivas bandas; Sabrina Parlatore, que gravou um CD e faz apresentações cantando solo; e Cláudio Lins, que é compositor e intérprete e tem dois CDs gravados. Tem ainda Mariana Rios, que estuda canto desde criança, já participou de vários testes e concursos para cantores e assumiu no palco que seu maior sonho sempre foi ser cantora. E a atriz mostrou profissionalismo ao interpretar “Empire states of mind”, de Alicia Keys, ao piano. Estreou com pinta de forte candidata ao prêmio final de R$ 250 mil.

Na ala dos que realmente são amadores estão os atores Murilo Rosa, Lúcio Mauro Filho, Érico Brás, Eduardo Sterblitch, Marcela Rica e Fabiana Karla, além do jornalista esportivo Alex Escobar. Um caso à parte é Rafael Cortez, conhecido mais como repórter, ex “CQC” e atual “Vídeo Show”, que tem um histórico de dedicação à música clássica e erudita, mas cantando deixou a desejar na estreia do “PopStar”. Com sua eterna mania de querer ser engraçadinho, foi bem canastrão na sua versão de “Cama e Mesa”, de Roberto Carlos. Parecia até estar fazendo uma paródia da canção.

Fernanda Lima como apresentadora mostrou a mesma desenvoltura conhecida de quando está à frente do seu “Amor e Sexo”. Pediu até para Tiago Leifert, um dos jurados, sair de trás da bancada e mostrar como se faz a “sarrada”, gestual na dança do funk, depois que Marcello Mello cantou “Bang”, de Anitta, e encerrou com o tal salto no ar. E por falar em jurados, os 14 candidatos são avaliados por dez técnicos ou especialistas que apertam um botão verde da bancada quando gostam da apresentação. Fora os pontos do júri, há ainda a votação de uma pequena plateia de anônimos. A cada edição haverá um novo time de jurados convidados. Nesse domingo foi formado pelos cantores Toni Garrido, Samuel Rosa, Ludmilla,Pretinho da Serra, Baby do Brasil, Nando Reis e Junior Lima; o bandolinista e compositor Hamilton de Holanda; a atriz Sophia Abrahão, e o apresentador Tiago Leifert, que, pelo jeito, virou especialista em ser especialista em tudo... Ou seja, é uma espécie de “júri artístico” dos quadros do “Domingão do Faustão” misturados aos técnicos que realmente entendem do assunto. Muito embora eles tenham sido muito rígidos com os artistas que realmente não são do ramo – como todos deveriam não ser – favorecendo ainda mais quem já anda ganhando uns trocados por aí, soltando a voz pelos “bailes da vida”.


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