sábado, 29 de outubro de 2016

“Estrelas”: Angélica é deselegante com Wanessa em brincadeira que deixa cantora constrangida após cozinhar no programa


Angélica errou a mão na pitada de deselegância com Wanessa Camargo, convidada do “Sabores”, quadro do “Estrelas” em que um artista é convidado a preparar uma receita diante das câmaras, que foi ao ar nesse sábado (29), na Rede Globo. Na hora que a cantora foi servir o Arroz do Serrado, prato preferido de Zezé Di Camargo e que ela fez em homenagem ao pai, que também estava à mesa, chegou um entregador de pizza. Diante dos convidados absurdamente perplexos, a apresentadora disse que fez a encomenda como garantia, caso a comida ficasse muito ruim. Mas o que estragou mesmo foi o clima. Wanessa estava visivelmente decepcionada e Zezé tentando amenizar o constrangimento da filha. A intenção de Angélica de fazer uma brincadeira não funcionou. Pelo contrário, foi grosseira e não teve a menor graça.

Se tudo estava armado entre os três e as reações foram encenações, no ar o resultado foi desastroso. Até porque, como estavam todos descontraídos até então, foi uma quebra de clima total. Como já aconteceu com muitos outros famosos, Wanessa foi sincera ao admitir desde o início que culinária não é seu forte, e Zezé também chegou dizendo que a filha não sabia fazer nem um ovo frito. Mas os dois estavam animados com o desafio. Enquanto Angélica já se mostrava inconveniente ao se meter o tempo todo no preparo, não apenas como assistente como sempre faz, mas quase tomando para si o domínio sobre a panela. Como se ela própria soubesse cozinhar... Não pensou que se desse errado a culpa seria dela também.

Desde quando estreou junto com o “Estrela”, há dez anos, o “Sabores” é um quadro que nunca teve um comprometimento realmente fiel aos princípios que regem, ou deveriam reger, as atrações de culinária. Claro que é um atrativo ver famosos se arriscando na cozinha, uns totalmente principiantes, outros mais curiosos e alguns quase amadores nos tratos com as panelas. Mas um senão difícil de, literalmente, digerir, é o fato de Angélica não comer as refeições preparadas com tanta dedicação pelos convidados quando a estrela do prato é uma proteína de carne ou frango. Se a apresentadora é vegetariana e tem restrições em relações a determinados ingredientes e temperos, então porque não faz um quadro destinado apenas a “naturalistas” como ela?

Mas, independentemente disse, dessa vez ela extrapolou na falta de tato ao tratar um convidado. Não importa se profissional, amador ou totalmente leigo, qualquer pessoa mais sensível sabe que carinho e amor são os principais ingredientes de qualquer receita e o retorno de quem recebe é muito importante para quem preparou a refeição. Portanto, ficando bom ou não o resultado, um pouquinho de delicadeza da parte de quem experimenta não faz mal a ninguém...


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sexta-feira, 28 de outubro de 2016

“X Factor Brasil”: Jurados trocam farpas e comentários de Rick Bonadio prejudicam candidata ao ganhar antipatia do público


Se na primeira noite da fase de Shows Ao Vivo do “X Factor Brasil”, na Band, a expectativa era em torno das apresentações sem os cortes das edições dos programas gravados, nessa quarta-feira (26) o foco se voltou para as alfinetadas entre os jurados. Em especial entre o produtor musical Rick Bonadio e o ex-vocalista do Titãs Paulo Miklos e Di Ferrero, vocalista do NX Zero. Enquanto a cantora Alinne Rosa fez o meio de campo, assumindo o posto de apaziguadora. O maior instigador das saias justa foi Rick, que não foi nada sutil ao tentar diminuir os candidatos das equipes treinadas pelos outros dois jurados.

Entre muitas diretas e indiretas, o ponto alto das desavenças foi quando Rick chamou de desastrosa a performance do TropeirÁfrica, formado por angolanos e brasileiros, e Miklos, mentor do grupo, rebateu: “Desastre é a dívida que a gente tem com a África por conta da escravidão no Brasil”. O produtor voltou ao assunto ao avaliar a apresentação de Diego, do time de Di Ferrero: “Eu não estou aqui para julgar a História do Brasil, nem a opção sexual, nem as diferenças das pessoas. Aqui não é um show de calouros”, disparou Rick. O comentário soou tão desnecessário, deselegante e fora de contexto que até a plateia ensaiou um começo de vaia para o jurado.

E ele voltou a provocar quando ao anunciar Prih, na hora da repescagem, disse: “Vou chamar uma cantora que canta bem e tem voz. O Brasil precisa entender que a qualidade tem que subir”, desmerecendo mais uma vez o TropeirÁfrica e Diego, que tinham acabado de se apresentar. Rick nem parece um produtor experiente, deveria se tocar de que sua postura prejudicaria sua própria candidata já que estava despertando a antipatia do público, que é quem decide o artista que permanece na competição. Não deu outra, Prih foi eliminada. E o salvo da noite foi Diego, dando a deixa para Di Ferrero cutucar o outro jurado: “X Factor não é só cantar, é performance, é atitude, é alegria, é muito mais!”.

Apesar de Rick Bonadio ter afirmado que não estão em um show de calouros, essas briguinhas entre jurados não é nenhuma inovação na televisão. É um tipo de artifício antigo para ter audiência que ficou conhecido nos anos 70 justamente em concursos populares como “Buzina do Chacrinha”, “Clube do Bolinha” e o “Show de Calouros”, comandado por Silvio Santos. As novas gerações, se nunca ouviram falar, deveriam pesquisar sobre jurados mal-humorados como o sisudo maestro José Fernandes, a rabugenta Aracy de Almeida e o histriônico Pedro de Lara. E a máxima do Velho Guerreiro continua valendo: na TV nada se cria, tudo se copia. Ou alguém acredita que essas “briguinhas” não fazem parte do show para tentar fazer a audiência subir?



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quarta-feira, 26 de outubro de 2016

“MasterChef Profissionais”: Perfis individuais e relacionamento entre cozinheiros se sobrepõem a expertise anunciada no título


Errou de restaurante quem esperava que o “MasterChef Profissionais” seria um duelo de titãs transformando a cozinha em um palco de pratos surpreendentes e desempenhos irretocáveis. Os ingredientes dessa competição de culinária da Band, a primeira que reúne apenas cozinheiros com formação e experiência comprovadas, vem se assemelhando com os que se destacavam nas temporadas com amadores, nas quais as relações interpessoais e os temperamentos individuais dos participantes serviam como principais temperos para a edição.

No episódio dessa terça-feira (25), a cereja do bolo, literalmente, ficou por conta da emoção de Marcelo, que dedicou sua vitória na prova de eliminação, a primeira de confeitaria do programa, ao pai que estaria de aniversário e faleceu há quatro anos. A emoção do cozinheiro contagiou a todos, levando às lágrimas até mesmo os jurados. É claro que a edição se preparou para esse momento, já que antes das avaliações foi exibido um clipe de Marcelo em casa, ao lado da mãe, contando um pouco sobre sua trajetória e sobre a perda do pai, que não aprovava sua ideia de estudar gastronomia.

Tirando as lágrimas do último bloco, Ivo e João foram os que ganharam mais holofote na noite. E não é por menos. Em quatro episódios, Ivo conseguiu dividir opiniões entre os que o defendem por ser o mais experiente do grupo e os que o detestam por algumas atitudes consideradas machistas e prepotentes. João, por sua vez, está se tornando cada vez mais um personagem dele próprio, com sua extrema falta de modéstia e um senso crítico feroz em relação aos demais.

Com certeza os defensores de Ivo ficaram sem argumento quando ele se saiu muito mal na primeira prova, na qual os candidatos eram obrigados a usar pelo menos três ingredientes da Caixa Misteriosa que continha uma verdadeira xepa de feira, com restos de alimentos não usados, como pé e pescoço de galinha, cabeça de peixe, osso com tutano, cascas e folhas de legumes e verduras. Ivo fez um cozido que visualmente percebia-se estar muito gorduroso. E ainda foi dizer para Paola Carossela que costumava usar aquele tipo de insumos para distribuir refeições nas noites frias. Até Érick Jacquin notou a lorota e afirmou na cara dele: “Eu não acredito que você falou isso... Que gosta de trabalhar com esses ingredientes”. Para amenizar, o chef francês, que sabe ser elegante nas suas indiretas, concluiu: “Está dizendo isso para conquistar a Paola”. Enquanto Henrique Fogaça, com sua peculiar sutileza, largou na cara do candidato que a comida parecia um vômito. Mas o que deixa Ivo mais indignado e vermelho de raiva é ver os outros se saindo melhor do que ele, principalmente se for a Dayse, sua ex-funcionária. Só fica satisfeito mesmo, não escondendo o sorriso sarcástico, quando vê quem ele acha forte se dando mal nas provas.

Personificando um outro tipo de vilão da história está João, que faz lembrar um personagem de tirinha. Seus depoimentos gravados à parte são até engraçados, tamanha a falta de modéstia com que sempre diz que foi injustiçado porque, segundo ele, seus pratos sempre merecem estar entre os melhores. Invariavelmente, no começo de cada prova faz questão de lembrar que é professor: “Eu já dei aula sobre produtos sustentáveis”, “Eu já dei aula de confeiteiro”. Curiosamente em sua ficha consta que já foi chef de confeitaria em restaurantes, porém não surpreendeu na prova do Opéra. Sem falar que é mestre em dar pitacos sobre os pratos dos outros, com pose de jurado. E para chamar a atenção sobre si, pegou carona na homenagem que Marcelo fez ao pai falecido. Chorando e se vitimando, lembrou que entende o outro pois também está longe de casa. Como assim? Seus familiares estão vivos em Recife. Parece até piada.

Correndo por fora, entre os outros sete competidores, ainda tem Dário, o jovem que vem se mostrando competente, concentrado e bom companheiro. Mas já deixou claro que também é competitivo ao revelar querer ir para a final com Ivo, para lutar contra um forte. E Fádia, aparentemente insegura, que vem comendo pelas beiradas e enganando com a falsa impressão de estar entre os mais fracos. Foi a vencedora da prova da Caixa Misteriosa.

Vale falar ainda sobre Priscylla, que faz a linha "uma estranha no ninho". Desde a estreia ela não consegue fazer nada sozinha, está sempre pedindo socorro aos colegas para tarefas básicas, como ligar uma batedeira, regular um forno. Pede dicas o tempo todo sobre as receitas e nas provas de eliminação não consegue se virar sem o auxílio de quem está no mezanino. Quando alguém não ajuda, faz cara de vítima, como se não soubesse que em uma disputa é cada um por si. Chega ser irritante ela ficar chorosa durante toda a execução dos pratos repetindo que não vai dar certo, mas sempre com um sorriso que não dá para entender se é de nervosa ou de quem já se conformou com o destino.

Ou seja, o que não falta nessa edição de Profissionais são personagens com perfis que se encaixam em todos os gêneros. Talvez tenha sido intencional selecionarem candidatos levando em conta mais as histórias pessoais e o temperamento de cada um do que exatamente um currículo que realmente comprovasse o profissionalismo de cada um. Até porque, torna um pouco menos difícil a posição dos chefs jurados na hora de julgar outros “profissionais”.


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terça-feira, 25 de outubro de 2016

“X Factor Brasil”: Competição ganha mais ritmo com apresentações ao vivo, mas peca em detalhes na direção geral dos shows


A exibição do “X Factor Brasil” ao vivo, que começou nessa segunda-feira (24) na Band, já fez muito a diferença em relação às etapas anteriores da competição musical, que eram gravadas. Saindo da zona de conforto da possibilidade de qualquer falha muito grave ser corrigida na mesa de edição, é visível que todos estão muito mais empenhados em fazer diante da câmera. E isso vale não apenas para os cantores que estão na disputa, como também para os jurados, os músicos Alinne Santos, Di Ferrero e Paulo Miklos e o produtor musical Rick Bonadio, e para a atriz Fernanda Paes Leme, que demonstrou estar bem à vontade no papel de apresentadora.

Com tempo cronometrado, o programa ganhou mais agilidade. Até mesmo as inserções de imagens de bastidores mostrando os participantes que iriam se apresentar recebendo uma repaginada no visual, ganhando novos cortes de cabelo e consultoria de moda na escolha dos figurinos, tiveram um ritmo mais acelerado. O que só contribui, já que público quer mesmo é ouvir música. No palco, a produção caprichou para as apresentações de cada candidato, embora em alguns casos os cenários estivessem escuros demais, com uma iluminação muito difusa que poderia estar funcionando bem para quem estava na plateia, mas não para quem assiste pela televisão em casa. Faltou um olhar mais atento da direção dos shows.

O erro maior foi ter pecado pelo excesso de bailarinos no palco, com coreografias que em várias ocasiões estavam visivelmente atrapalhando o cantor, a cantora ou até mesmo o grupo da vez. Como foi o caso de Cristopher, que, além de estar se esforçando para manter o fôlego com tantos graves e altos, parecia ter ficado tonto com a rodinha que as bailarinas fizeram à volta dele enquanto cantava. Até mesmo a apresentadora percebeu e, quando acabou a música, Fê chegou perguntando se Cristopher estava muito cansado e se tinha sido difícil se concentrar com a mulherada dançando à sua volta. Ele apenas deu uma risadinha. De forma menos escancarada, mas também foi desnecessária a forma como os bailarinos quase abafaram a cantora Naomi em sua apresentação. Tomara que corrijam nos próximos.

Já em relação aos candidatos eliminados, acredito que Eli, apesar de ter evoluído, ainda falta ele se preocupar mais com o lado profissional do que com a ânsia de ser um superstar. Tamires se desmontou ao sair de sua praia que é fazer a Beyoncé e ter que interpretar Ivete Sangalo. Também estava totalmente desconfortável naquele figurino, um vestido curto justíssimo, tipo embutido, e uma estola de pele dava a impressão de estar travando seus movimentos. E o grupo O Clã, depois de cantar uma música comercial que já foi tema de abertura de novela na Globo, teve a infeliz ideia de voltar para a repescagem cantando “uísque, vodca ou água de coco”, do Naldo. Se perderam total no Fator X.


Em tempo, para entender a dinâmica do programa, exibido pela Band nas noites de segunda e quarta-feira:
Dos cem candidatos que passaram nas Audições, 60 foram eliminados na etapa do Centro de Treinamento, quando os aprovados foram divididos em quatro grupos de dez (Homens, Mulheres, Grupos e Adultos acima de 25 anos); desses 40, quatro de cada grupo se classificaram para os Shows Ao Vivo ao passarem no Desafio das Cadeiras. Na abertura da primeira noite ao vivo, os 16 cantaram juntos no palco, mas apenas dois de cada grupo se apresentaram individualmente. Nessa fase, cada jurado pode salvar um integrante de sua equipe, os quatro que sobram cantam mais uma música, dessa vez valendo uma vaga na repescagem, e quem decide quem fica é o público, através de votação via telefone, mensagem de texto e pela internet.

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segunda-feira, 24 de outubro de 2016

“Duelo de Mães”: Produção caprichada e carisma de Ticiana compensam escolha pouco atraente das ‘famosas’ da estreia


De forma despretensiosa, porém com o propósito de fazer alguma diferença entre as diversas atrações focadas na gastronomia que pipocam cada vez mais na televisão, o “Duelo de Mães”, que estreou nesse sábado (22) no SBT, mostrou que tem tudo para cativar seu próprio público. Principalmente aquele que não se prende ao modismo da gourmetização, pois a ideia é mostrar mães de artistas preparando pratos caseiros. Só não foi muito feliz a escolha da cantora Tays Reis e da youtuber Maju Trindade para serem as primeiras a levarem suas mães para participarem do duelo na cozinha. Embora tenham se saído bem, poderiam ter sido guardadas para outra edição. A estreia merecia famosos realmente de peso.

Mas contribuiu muito o carisma e desenvoltura de Ticiana Villas Boas, que vem se aperfeiçoando da apresentação de programas do gênero. O projeto foi idealizado pela própria, que pegou alguns ingredientes das outras duas competições de culinária das quais participou na emissora, o “Bake Off Brasil – Mão na Massa” e o “BBQ Brasil – Churrasco na Brasa”, e deu seu toque pessoal no formato. A jornalista também assumiu a direção geral e a produção do programa, numa parceria com o SBT e o Discovery Home & Health.

A cada episódio haverá uma dupla de mães de famosos participando de duas provas, acompanhadas dos respectivos filhos e outros três parentes ou amigos. Na primeira prova, elas cozinham o prato que mais gostam de fazer em casa e são avaliadas por um chef renomado convidado do dia. Na segunda, o chef indica a receita de família dele que as mães devem reproduzir e a avaliação será feita às cegas: os dois famosos, acompanhados de mais um familiar, são isolados da cozinha para depois provar os pratos e dar a nota sem saber a mãe de quem fez. Caso haja empate nos quatro votos, o chef desempata.  

No primeiro episódio, Celice fez um bobó de camarão, incentivada pela filha Tays e pelos quatro amigos que ela convidou cantando o refrão de “Metralhadora”, música que tornou a cantora conhecida esse ano no Carnaval da Bahia. E Karina preparou o seu estrogonofe de frango, observada nervosamente pela filha Maju, que levou para acompanhá-la os avós e dois primos. Celice ganhou pelo voto do chef convidado Rodolfo de Santis, mas na última e decisiva, Karina venceu ao preparar a melhor berinjela à parmegiana, receita italiana da família de Santis. A mãe de Maju recebeu três dos quatro votos às cegas.

Sem dúvida a parte visual valoriza muito o programa. A direção de arte caprichou no cenário, que lembra muito a cozinha do “Bake Off”, montada em uma espécie de lounge ao ar livre, duas bancadas para as cozinheiras e espaço para os familiares, com móveis e acessórios coloridos e delicados. Parecem até ambientes de casinha de bonecas.

“Duelo de Mães” terá dez episódios, sendo que na final as mães vencedoras de cada semana disputarão o prêmio de R$ 5 mil. Entre os próximos famosos que já gravaram estão os cantores Wanessa e César Minotti e a modelo Isabella Fiorentino.


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domingo, 23 de outubro de 2016

“Fantástico”: Sem compromisso jornalístico, show da vida mostra banalização da morte


Que o Jornalismo vem definhando, agonizando, morrendo aos poucos, isso não é novidade. Mas foi vergonhoso e deprimente o que o “Fantástico” fez nesse domingo (23) na reportagem, ou melhor, pseudo reportagem sobre Gustavo, de 13 anos, que morreu há uma semana após participar do League of Legends, um jogo online no qual o perdedor é desafiado a fazer o Chockin Game, uma prova de asfixia. O menino morava no litoral de São Paulo e foi encontrado com uma corda no pescoço diante do computador ainda com vida, mas não resistiu e morreu no hospital.

E o que o “Show da Vida” da Rede Globo fez? Simplesmente colocou um jovem que nem repórter é com uma dessas câmaras portáteis em punho conversando com outros adolescentes sobre cuidados com o hábito de se divertir com videogames. Tudo de uma forma extremamente jovial, descomprometida, até descontraída. Aí, para dar “credibilidade”, o tal rapaz-repórter, no auge da nova tecnologia, entrevista uma psicóloga online e diz: “Parece que foi um acidente...”. A resposta da profissional, no mesmo nível de comprometimento, pouco acrescenta.

E a matéria que mereceu chamada no começo do programa e que atraiu um público formado não apenas por pais e filhos, figuras que poderiam se identificar com os personagens, mas também por outras pessoas sensibilizadas com a tragédia, terminou como começou: sem o devido tratamento jornalístico que merecia. Diluiu-se como se fosse apenas mais uma pauta de comportamento. Menosprezou uma vida, banalizou uma morte, privilegiou o que mesmo?


“Zero 1”: Programa parece brincadeira de criança na qual Tiago Leifert é o dono da bola e exige ser o centro das atenções


É até estranho comentar sobre “Zero1”, programa focado em videogames e todo tipo de informação que esteja ligado a esse universo, que estreou na madrugada desse domingo (23), logo após o “Altas Horas”. Primeiro porque a sensação que se teve não foi a de se estar assistindo a uma atração que deveria seguir os padrões de qualidade da Rede Globo, mas sim a um vídeo caseiro produzido e estrelado por Tiago Leifert. Segundo porque parece que a Vênus Platinada simplesmente perdeu a rota e não está sabendo administrar e nem sabendo controlar a vaidade da própria equipe.

O programa começou com o apresentador disputando uma partida com Wendell Lira, jogador de futebol de Goiás que após ganhar o prêmio Puskas de gol mais bonito de 2015, resolveu se aposentar, aos 27 anos, e virar youtuber. Mesmo que Wendell fosse uma figura ilustre nacionalmente conhecida, quem fica na madrugada de sábado para domingo querendo ver uma partida de videogame entre ele e Leifert?

E aí aparece Tiago comemorando sua vitória no joguinho. É tal qual aquela atitude do menino mimado que corre de forma inconveniente entre as mesas de um restaurante e quem está à volta pensa: “a culpa é dos pais que não souberam educar nem dar limites, simplesmente fizeram todas as vontades dessa criança”. Também não funcionou o quadro em que o apresentador conversa sozinho com a câmera, em um cenário totalmente poluído. Parecia um cosplay do Otávio Mesquita no “Okay Pessoal”, do SBT.

Resumindo, Tiago Leifert parece ser a personificação do estagiário que chegou ao poder. Ele se coloca tanto à frente em qualquer cena que pouco resta a avaliar sobre o programa em si. E fica claro que o projeto, de autoria do apresentador, nada mais é do que a tentativa de ganhar vitrine em um canal aberto usando uma linguagem cibernética metamorfoseada de conceitos criados pela própria televisão. Ainda pode dar certo. Mas, para isso, Tiago precisa controlar o ego, abrir mão de ser o centro das atenções, senão o nome do programa vai passar a ser “Zero à Esquerda”.

Independentemente da análise do programa realizado, curioso é que, pouco antes de sua estreia, no “Altas Horas”, Serginho Groisman levantou a questão de um menino de 13 anos que foi encontrado morto com uma corda no pescoço e em frente ao computador após participar de uma partida de videogame no começo da semana. E nenhuma mensagem ou adendo de alerta foi feito na estreia do “Zero 1”. Tempo para isso Tiago Leifert teve. Afinal, ele também é jornalista.


sábado, 22 de outubro de 2016

“Como Será?”: Há dois anos no ar, matinal de sábado mantém qualidade na forma descontraída de informar e prestar serviço


No ar desde 2014, o “Como Será?” já se consolidou como uma daquelas excelentes opções para quem acordou cedo nas manhãs de sábado, quer e pode ficar na frente da televisão a partir das 7h. O programa da Rede Globo, incluído na categoria jornalístico, traz uma fórmula muito bem elaborada ao embutir informação nas matérias de entretenimento e ao dar às notícias um tratamento leve e coloquial nas entrevistas. Contribui muito a apresentação carismática de Sandra Annenberg, jornalista que também ocupa a bancada do “Jornal Hoje”, e a desenvoltura da equipe de repórteres e colaboradores.

No geral, com pouquíssimas exceções, as pautas se preocupam em trazer projetos voltados à educação, cultura, ecologia e ciência. A edição desse sábado (22), por exemplo, estava especialmente muito bem alinhavada. Destaque para o quadro “Expedição Campo”, no qual foram mostradas novas técnicas usadas na agricultura para irrigar as plantações no Sertão do Ceará usando o mínimo de água possível. A reportagem foi feita de forma tão atrativa por Renato Cunha que despertou a curiosidade e despertou até o interesse em se pensar em formas de aplicar algumas das ideias no próprio ambiente.

No “Hoje É Dia de Fã”, que mostrou separadamente três grupos distintos de pessoas aficionadas por Elvis Presley, pela série “Jornada nas Estrelas e por Luan Santana, o repórter Alexandre Handerson se superou na descontração. Os dois primeiros, com integrantes adultos, foram os mais interessantes, pois muitos estavam caracterizados como seus ídolos e suas atividades extrapolam o fanatismo e buscam também atividades culturais, recreativas e até de assistência social. Enquanto o terceiro, do cantor sertanejo, é formado em sua maioria por jovens que se relacionam quase que exclusivamente pela internet. Sem graça.

Também foi legal mais uma etapa da viagem de Max Fercondini e sua namorada Amanda Richter no “América do Sul Sobre Rodas”, em que passaram por Medelín, na Colômbia, mostrando a cidade como um exemplo de resiliência. Misturar momentos de atritos e de romance do casal dão um colorido à parte na reportagem. Assim como foram bem ilustradas as matérias sobre prevenção à violência contra a mulher, a criação de teclados para cegos, produção de barras de cereal e a entrevista em estúdio com o tema problemas da fala. Sem dúvida, o programa estava redondo. Uma excelente opção na TV para começar o sábado.


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sexta-feira, 21 de outubro de 2016

“Cozinha Sob Pressão”: Dahoui está mais segura na condução do programa, mas erra a mão ao aplicar castigo infantil na cozinha


Desde a estreia, há seis semanas, é nítida a evolução que a chef Danielle Dahoui vem mostrando em sua primeira experiência na televisão à frente do “Hell’s Kitchen - Cozinha Sob Pressão”, versão brasileira feita pelo SBT da competição de culinária britânica. É claro que ainda passa bem longe do estilo enérgico e carismático do chef Gordon Ramsay, mas já se percebe que ela está mais à vontade para deixar que sua paciência chegue no limite e adote posturas mais incisivas diante dos participantes. O que se reflete em um resultado melhor do programa como um todo.

Um ponto forte revelado por Dahoui desde o início é sua forma criteriosa e justa nas avaliações. Como no sétimo episódio, exibido no sábado (15), em que ela, finalmente, fez a advertência que todos esperavam sobre o temperamento difícil de Flora. Apesar de boa cozinheira, desde o primeiro programa a jovem desestabiliza todos na cozinha com seu jeito estabanado, imperativo e individualista. E a chef foi taxativa: “Ou você canaliza essa sua energia nas tarefas em equipe ou procura uma profissão na qual trabalhe sozinha”.

E também deu um alerta para Vick aprender a se defender no meio de tantas mulheres, já que é o único homem no time feminino. Em uma prova de duplas, por terem cinco integrantes, ele ficou de fora. O cozinheiro ficou calado e só manifestou sua insatisfação depois da prova. A chef primeiro falou sobre a hiperatividade das mulheres e depois advertiu que Vick também precisa saber mostrar sua opinião no grupo. “Você foi cavalheiro, mas na próxima já sabe...”, disse Dahoui.

Mas é compreensível que somente nas últimas semanas tenha se percebido que está havendo um “azeitamento” na condução e realização, já que o programa estreou com quatro episódios gravados. A partir da reação do público a direção, que tem à frente Fernando Pelegio, pode rever a dosagem de cada ingrediente. 

Claro que ainda falta “corrigir o sal” da postura professoral que Dahoui insiste em ter em algumas situações. É simplesmente ridícula a ideia de querer “castigar” os cozinheiros que erram na execução de um prato colocando todo o time enfileirado por um minuto diante do salão do restaurante. Isso é coisa para a Super Nanny, a babá que coloca as crianças no cantinho da disciplina. Além de ser uma iniciativa infantil e deselegante, é um desrespeito com os clientes que assistem a tudo das mesas à espera dos pratos, vendo a cozinha parada. Espero que a chef dê a mão à palmatória e reconheça que esse método não ajuda na formação do profissional nem na TV, nem na vida real.


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quarta-feira, 19 de outubro de 2016

“Nada Será Como Antes”: Série prima por padrão de qualidade e ousadia na licença poética para contar de forma lúdica a criação da primeira emissora de TV no país


O beijo entre Beatriz e Júlia, personagens de Bruna Marquezine e Letícia Colin, foi o ponto alto do capítulo dessa terça-feira (18) de “Nada Será Como Antes”, na Rede Globo. Ambientada nos anos 50, a série que estreou há três semanas tem como mote central uma visão fictícia e romântica da criação da primeira emissora de televisão no Brasil, tendo como ponto de partida o rádio. Nela, Beatriz é uma cantora de cabaré que vira atriz graças a seu romance com Otaviano (Daniel Oliveira), principal patrocinador da TV Guanabara, mas acaba seduzindo também a irmã do rapaz, Júlia. Além do beijo na boca durante a primeira transmissão de um baile de carnaval, houve ainda a sequência da relação sexual das duas na cama. Beatriz, enquanto transava com Otaviano, percebe que está sendo espiada por Júlia pela fresta da porta do quarto e então espera ele dormir para ir ao quarto da cunhada seduzi-la. “Eu quero você e seu irmão. Vocês são tão gostosos, tão sexy”, diz ela, dando início ao triângulo amoroso da história.

Mas, independentemente dos jogos de seduções, prato cheio para qualquer programa repercutir nas redes sociais e assim tentar conquistar maior audiência, o que realmente conta é que para quem esperava que a criação da televisão fosse ser retratada seguindo fielmente a história da vida real, “Nada Será Como Antes” surpreende a cada episódio pela deliciosa ousadia em usar e abusar da liberdade poética nos mínimos detalhes. Ali a intenção de ter algum teor didático ou documental passou de forma lúdica, dando um colorido novo ao preto e branco da época.

Com direção artística de Luiz Villamarim, o trabalho de reconstituição da década é caprichado, com uma direção de arte meticulosamente impecável, figurinos que correspondem exatamente ao ambiente e ao momento que os personagens estão vivendo e uma iluminação sombria sem ser pesada. E no texto se sobressai a marca inconfundível de Jorge Furtado e Guel Arraes, que criaram a série e escrevem juntos com João Falcão. Os diálogos contêm uma pontuação marcante, o que permite uma interpretação também contundente dos atores.

Protagonistas da série, Murilo Benício e Débora Falabella, respectivamente nos papéis de Saulo, o produtor e criador da emissora de TV, e Verônica, grande estrela de novelas, formam um casal tão crível na ficção quanto o são na vida real. Talvez esse tipo de artifício, mesmo que não tenha sido intencional, já não cause o mesmo efeito dos tempos em que Tarcísio Meira e Glória Menezes faziam o jovem par romântico dos folhetins. Murilo e Débora, no entanto, conseguem delimitar bem o talento individual de cada um em cena.

Apesar da polêmica em torno dos dotes sensuais que Bruna Marquezine vem mostrando, o que realmente merecerá destaque no quarto e próximo episódio a ser exibido, que já está disponível no Globo Play, será mais uma interpretação magistral de Cássia Kiss. No papel da mãe de Beatriz, a atriz comove como a humilde empregada doméstica que de repente se vê diante de um aparelho de televisão para assistir pela primeira vez à filha atuando na novela. Sozinha em casa, dona Odete veste sua melhor roupa e até passa perfume atrás da orelha para se sentar à frente do televisor, e, sem dizer uma palavra, sem fazer qualquer gesto, protagoniza uma cena que é um verdadeiro transbordamento de emoção. Essa, sim, merece todos os aplausos.




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segunda-feira, 17 de outubro de 2016

“Esquenta”: Mudança no formato foi bem executada, mas programa perde pelo estilo falso humilde ultrapassado na condução


Foi providencial a repaginada que o “Esquenta” ganhou na nova fase que estreou nesse domingo (16), na Rede Globo, após ter ficado quase um ano fora do ar. A ideia de levar Regina Casé a cada semana a assistir ao programa gravado junto a uma família de um estado diferente acabou um pouco com aquele egocentrismo exacerbado que mantinha um foco excessivo sobre a apresentadora e seus amigos sambistas fixos do programa. Mas ela está se repetindo muito no estilo dos tempos em que viajava pelo país com atrações como “Brasil Legal” e “Central da Periferia”.

A primeira família visitada no novo “Esquenta” foi a Holanda, que mora em Fortaleza, no Ceará, e reuniu pais, filhos, netos, sobrinhos, irmãos. A matriarca até contratou um decorador profissional para preparar o ambiente especialmente para a ocasião. Claro que tem muito o trabalho da produção de garimpar famílias que realmente sejam animadas e com “causos” para contar, como foi a história de Vera Lúcia, a empregada que virou mais um membro da família Holanda e que foi quem fez a inscrição para participarem do programa. Regina também esteve na casa de Vera Lúcia, onde conheceu Marlene, a empregada dela que é tratada como filha.

Fica um clima de que a parte feita fora do estúdio é ao vivo, mas na verdade trata-se de um programa gravado dentro de outra gravação, com as imagens intercaladas pela edição. Enquanto no palco continuam as atrações musicais e algumas histórias de anônimos na plateia, como foi o caso de adoção de Amanda, que fez o gancho com a adoção de um menino na família de Fortaleza.

No final, a família Holanda prestou uma homenagem a todos os integrantes da equipe do “Esquenta”, cantando “Como é Grande o Meu Amor Por Você”, de Roberto Carlos. A cena foi gravada com celular, já que os cinegrafistas foram convidados a assistirem à apresentação sentados no sofá. Se foi armado ou não, valeu a intenção.

Regina Casé, no entanto, poderia tentar amenizar um pouco no velho e batido estilo de tentar comover com seus tradicionais discursos populistas. Ficou muito estranho tentar forçar uma barra insistindo em buscar uma forma de vitimizar a empregada da família Holanda. Vera Lúcia está mil vezes melhor do que milhões de desempregados no Brasil. Até porque, a própria também é patroa de Marlene, a funcionária que cuida dos filhos dela. Então, para que aquela choradeira toda? Não adianta mexer no formato se não houver uma mudança também na abordagem do conteúdo e, principalmente, uma atualização na forma de apresentá-lo. Principalmente se tratando de um programa exibido logo no começo das tardes de domingo.


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domingo, 16 de outubro de 2016

“Escolinha do Professor Raimundo”: Segunda temporada estreia com texto e alunos mais afiados, mas erra na escolha da nova Tati para homenagear Chico Anysio


Foi bem gratificante ver o remake da “Escolinha do Professor Raimundo”, criado em 2015 em comemoração aos 25 anos da série original, ganhar uma nova temporada na Rede Globo. Dos 20 alunos previstos para essa nova fase, onze se manifestaram na estreia nesse domingo (16) e já deram uma pequena mostra de que a equipe de redação capitaneada por Daniel Adjafre e Péricles Barros está caprichando nos textos, assim como a direção geral de Cininha de Paula continua afiada.

Não é nem preciso dizer que Bruno Mazzeo, no papel que pertenceu ao mestre Chico Anysio, está cada vez mais a cara do pai. Já o ponto alto da estreia, a homenagem feita ao grande criador do programa, teria ficado bem mais impactante e emocionante se tivesse sido entregue ao aluno Aldemar Vigário, o aluno mais querido de Raimundo Nonato interpretado por Lúcio Mauro e herdado por Lúcio Mauro Filho. A ligação entre os dois atores veteranos, que sabidamente ultrapassava os limites de uma sala de aula, justificaria por si só a escolha. O que infelizmente não aconteceu e a homenagem acabou sendo entregue a Tati, a aluna adolescente que pertencia a Heloísa Périssé e que na versão atual do programa coube a Fernanda Souza. Além de o texto ter sido ínfimo, fraco e não fazer jus ao antigo mestre, a atriz também não teve a interpretação exemplar que o momento pedia.

Outra escolha duvidosa foi ter começado a chamada da aula por Rolando Lero. Pareceu mais uma clara colher de chá dada a Marcelo Adnet, que já foi presenteado ao ganhar o personagem imortalizado pelo grande Rogério Cardoso e que ainda não conseguiu convencer nem como apresentador no seu “Adnight”.

Mas no geral pode-se dizer que o programa atingiu a média necessária para aprovação. Destaque para Mateus Solano que, como na primeira temporada, continua se superando como Zé Bonitinho. A apresentação do “Jornal Passional”, uma versão feita por ele para o “Jornal Nacional”, e a criando de uma programação toda dedicada a ele mesmo foram impagáveis. Também continuam ótimos Dona Cacilda (Fabiana Karla), Seu Perú (Marcos Caruso), Dona Bela (Betty Goffman), Batista (Rodrigo Sant’Anna) e Catifunda (Dani Calabresa), que foi uma das mais engraçadas da primeira aula.  

Tem ainda aqueles que melhoraram muito, como é o caso de Joselino Barbacena (Ângelo Antônio), Marina da Glória (Fernanda Freitas) e Pedro Pedreira (Marco Ricca), que foi valorizado pela excelente comparação de reserva em restaurante para a Última Ceia, mas ainda precisa dar mais ênfase à frase de efeito que marca sua saída de cena. Não chegaram a se destacar, mas igualmente foram bem Sambarilove (Evandro Mesquita), Seu Boneco (Marcius Melhem) e Cândida (Maria Clara Gueiros).

E ainda estão bem fracos Galeão Cumbica (Kiko Mascarenhas), Capitu (Ellen Roche), Baltazar da Rocha (Otávio Muller) e Seu Ptolomeu, com Otaviano Costa insistindo em querer se sobrepor ao personagem que era impecável na interpretação original de Nizo Neto. Agora é esperar a próxima aula, quando os demais alunos deverão ser chamados pelo Professor Raimundo.



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sábado, 15 de outubro de 2016

“The Voice Brasil”: Edição previsível e excesso de talentos aprovados reduz a expectativa se as cadeiras vão virar ou não


Em sua segunda noite de audições às cegas nessa quinta-feira (13), o “The Voice Brasil” começou a dar sinais de que precisa urgentemente de uma injeção de criatividade que não faça essa temporada naufragar na mesmice. É boa a ideia de preparar uma apresentação dos candidatos antes de eles subirem ao palco, seja através de um clipe de imagens deles na vida real ou com fotos pontuando o bate-papo de cada um com o apresentador Tiago Leifert, mas se esgotou pelo excesso. E também porque já deu para perceber que quanto mais produzida a tal apresentação, maior a chance de que o candidato passará pelo teste. Competição para valer tem que ter ganhador e perdedor na mesma proporção.

Outro ponto que tira a expectativa é o fato de darem ampla preferência a mostrar candidatos aprovados. Dos 12 que se apresentaram nessa segunda audição, dez continuam na competição. Apenas dois foram reprovados, e assim mesmo mostrando competência para ficarem. É sabido que há muitos talentos espalhados pelo Brasil, mas é impossível acreditar que a porcentagem de reprovados pelos quatro técnicos, Claudia Leitte, Carlinhos Brown, Lulu Santos e Michel Teló, seja tão ínfima.

Parece haver um cronograma ensaiado para as cadeiras virarem. Também não entendo por que quando chega alguém cantando sertanejo, Carlinhos, Claudia e Lulu imediatamente apontam para Michel Teló, como se só ele pudesse avaliar o candidato. Não vejo todos apontando para Lulu quando alguém chega cantando rock. Não estão todos ali para avaliar o cantor que se apresenta pela voz, independentemente do gênero musical escolhido por ele?

No mais, Mariana Rios continua perdida. A participação da atriz como repórter se resume a “tapar buraco” enquanto Tiago Leifert dá uma “saidinha” para fazer seja lá o que for. E os técnicos continuam repetindo o mesmo figurino com a desculpa esfarrapada de que o programa é gravado. Tudo bem que a gravação acontece direto, mas fica estranho eles trocarem para as apresentações musicais no encerramento e na edição seguinte aparecerem com as mesmas roupas que estão usando desde a estreia. Claro que a logística é complicada, mas quem faz o programa está lá para pensar em todos os detalhes e buscar soluções para todas as situações. Se quem sabe faz ao vivo, para fazer gravado também tem que ter jogo de cintura.



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sexta-feira, 14 de outubro de 2016

“MasterChef Profissionais”: Participante eliminado cria saia-justa ao afirmar no ar que competição atual já tem um vencedor


O segundo episódio do “MasterChef Profissionais” que foi ao ar nessa terça-feira (11), na Band, terminou com a declaração polêmica do eliminado, o paulistano Ricardo Bonomi, de que ele já sabe quem será o grande vencedor da competição. Sem disfarçar o tom de ironia e com um sorriso malicioso, o dono de um restaurante em São Paulo deixou no ar que se trata de um jogo de cartas marcadas ao ser entrevistado na saída por Ana Paula Padrão. A jornalista percebeu a insinuação e tentou disfarçar querendo saber quais eram os melhores cozinheiros na opinião dele. Ricardo citou Ivo, Dário e Luiz Felipe. “Então é um desses três que vai ganhar?”, perguntou ela, receosa da resposta do eliminado, que evitou esticar o assunto.

Evidente que ainda é cedo para afirmar categoricamente que já existe um campeão, mas é transparente também que alguns participantes despontam como favoritos. Alguns apenas pelo talento de cozinheiro que mostraram, outros também pelo tratamento diferenciado que vem recebendo, como é o caso do paulista Dário, o queridinho da chef Paola Carossela. Desde a estreia, a jurada não esconde que o surfista e mergulhador, que diz ter comandado duas cozinhas, caiu nas graças dela. Nesse segundo episódio mesmo, quando o chef Érick Jacquin criticou o prato escolhido por Dário para servir o polvo de uma das três provas de pressão da noite, ela correu em defesa do participante, exaltando o sabor da receita. E assim o jovem se salvou e subiu para o mezanino.

Dos três jurados, enquanto Jacquin e Henrique Fogaça são os mais imparciais e objetivos em suas críticas e seus elogios, Paola é a que mais se deixa envolver emocionalmente. E acaba sempre tendo seus preferidos, como aconteceu na última edição do “MasterChef Brasil”, que a chef recebeu até críticas por dar um tratamento muito carinhoso a Gleise, tratando até a competidora como “Xuxu”. Não é um tipo de comportamento aceitável em um jurado, pois dá margens para que suas avaliações possam ser consideradas tendenciosas.

Mas esse é aqui é apenas o ponto de vista de quem assiste ao programa na televisão. Já o que acontece nos bastidores só os competidores realmente sabem. E alguma coisa o ex-participante Ricardo deve ter “pescado” fora do ar para ser tão categórico ao afirmar: “Pra mim está muito claro que já tem um vencedor! (...) Não é porque eu acho que ele é bom ou porque é ruim, mas porque eu acho que vai ser ele”. É esperar para ver...



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quarta-feira, 12 de outubro de 2016

“Supermax”: Produto ousado e de qualidade se perde pela total falta de estratégia no cronograma de exibição feito pela emissora


Um projeto inovador na televisão brasileira não apenas por ousar na ideia quanto por seguir os passos dessa ousadia tanto no roteiro quanto na direção artística no desenvolvimento do conteúdo. Assim eu definiria “Supermax”, série da Rede Globo exibida nas noites de terça-feira e que estreou em 19 de setembro. Mas, em função da partida de futebol da seleção brasileira que coincidentemente caiu nesse mesmo dia essa semana, apenas três episódios foram ao ar até agora.

Felizmente em tempos em que a famosa convergência de mídia se torna cada vez mais eficaz, hoje assistindo no Globo Play aos episódios completos do quarto ao décimo primeiro - o penúltimo da série só será conhecido ao vivo na Rede Globo – fiquei me perguntando como quem que não é assinante e não tem acesso aos vídeos pela internet vai se prender a uma série que mal estreou e já fica 13 dias sem exibição? Não, eu não vou cometer aqui a inconfidência do spoiler! Mas entendi muito do que havia contestado do que tinha visto nos três primeiros episódios sobre o fato de no elenco haver atores conhecidos, inclusive duas atrizes atualmente no ar em "Haja Coração". As cenas são fortes demais e, se interpretadas por anônimos, talvez houvesse uma aversão maior. Adianto apenas que a partir do décimo episódio muda tudo... E mais não conto!    

Independentemente da resposta da audiência, a falha crucial cometida nessa série está na direção de programação da Rede Globo que não soube prever um cronograma de exibição para a exibição dos doze episódios da série. Para começo de conversa, não era nem para ser uma série semanal! Como uma história que depende totalmente do suspense pode sobreviver a uma semana sem ir ao ar? E ainda por cima correndo o risco de, como aconteceu, ficar duas semanas sem ser exibida? De que adianta tanto investimento em um produto de qualidade se a logística operacional da programação não corresponde?




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terça-feira, 11 de outubro de 2016

“A Lei do Amor”: Autores exageram no excesso de mistério em torno de segredos e nas justificativas pueris para as vinganças


“Salve-se você enquanto é tempo, meu filho”, diz Fausto Leitão, personagem de Tarcísio Meira, a Pedro, interpretado por Reynaldo Gianecchini, no capítulo dessa segunda-feira (10) de “A Lei do Amor”. A frase proferida, carregada da emoção peculiar do grande ator que faz parte da história da televisão brasileira, teria causado um impacto muito maior se o público soubesse o tipo de dor que realmente está corroendo o personagem, o poderoso empresário e ex-prefeito de uma cidadezinha do interior de São Dimas. E talvez esteja aí um dos motivos de a novela das nove da Rede Globo, que está em sua segunda semana no ar, ainda não ter emplacado: os autores Maria Adelaide Amaral e Vincent Villari fazem tanto mistério em torno dos segredos que há por trás de cada trama que não há como o público se prender ou torcer por este ou aquele personagem.

A história central começou mostrando Helô (Isabella Drummond) e Pedro (Chaid Sued), ela uma menina pobre e ele o menino rico, filho de Fausto, o responsável pela desgraça que se abateu sobre os pais dela. Ela jura vingança, mas o casal é separado por uma armação de Magnólia, a madrasta perversa dele vivida por Vera Holtz. Ela vai ser modelo em São Paulo e ele cai no mundo sem destino. No quinto capítulo acontece uma passagem de tempo de 20 anos, os dois se reencontram. Helô, agora interpretada por Claudia Abreu, está mal casada e rica, mas Pedro (Reynaldo Gianecchini), ainda solteiro, descobre o motivo “cruel” que o separou de sua amada, os dois se reaproximam e vão lutar para ficar juntos. Mas no entorno dos dois há mil tramoias políticas, armações, jogos de sedução, dramas, doenças e até crimes, tudo envolto em um suspense mal alinhavado e que chega a ser enfadonho pela falta de pistas ou sinais de motivos que realmente os justifiquem.

A novela também vem exagerando na liberdade poética e nas situações quase inverossímeis. Desde a primeira fase já houve algumas derrapadas. Primeiro a direção de arte exagerou no lúdico ao fazer um barraco que parecia até o lugar mais romântico do mundo para a mocinha morar. Depois ela sai de sua humilde residência, sem estudo, sem cultura, sem nenhum preparo, e viajou sozinha para o Japão onde foi fazer trabalhos como modelo. Como conseguiu, se mal sabia andar na estação do metrô de São Paulo a primeira vez que saiu de São Dimas?  

E ao passar para a fase atual, foi simplesmente o cúmulo da coincidência Helô e Pedro se reencontrarem em Paraty, cidade histórica do Rio de Janeiro, exatamente na árvore em que penduraram um amuleto de coração quando eram namorados. Estranho duas décadas depois Helô ter esquecido a vingança mortal contra Fausto Leitão e sua grande mágoa ainda é ter visto uma mulher nua na cama de Pedro no passado. Esse romance está pueril demais, os diálogos cheios de frases feitas e vazios de impacto e originalidade.

Até agora os personagens mais interessantes são Vitória (Sophia Abrahão/Camila Morgado) e Ciro (Maurício Destri/Thiago Lacerda), tanto na fase jovem quanto adulta. A trama que envolve o casal é a mais transparente e crível, mesmo com as atitudes dissimuladas dele. Os dois parece até serem os personagens certos perdidos na novela errada. Resta aguardar que, após o acidente de carro com Fausto, alguns mistérios comecem a deixar de serem secretos até para o público.



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