terça-feira, 30 de agosto de 2016

“Programa do Porchat”: Fabio Porchat conduz com desenvoltura e segurança uma mistura de talk show com quadros de humor


Fabio Porchat nunca escondeu que o programa que leva seu nome na Record teria a mesma dinâmica do “The Tonight Show”, um dos talk show mais antigo da rede norte-americana NBC. Por isso mesmo desde a estreia do “Programa do Porchat”, na quarta-feira (24), alguns telespectadores estão fazendo comparações e dizendo que o comediante está copiando o “The Noite”, de seu amigo e agora concorrente Danilo Gentili, do SBT. Na verdade, tanto um quanto o outro, assim com Marcelo Adnet com seu “Adnight” na Globo, não buscaram criar algo novo, os três copiaram um formato já batido nos canais internacionais. O que pesa realmente na comparação é a desenvoltura de cada um à frente de sua própria atração. Há mais de dois anos no ar, Danilo está mais confortável, com as engrenagens de seu programa azeitadas. Adnet não foi muito feliz em sua estreia semana passada, mas, como sua atração é semanal, tem mais tempo do que os outros para fazer ajustes.

Já o “Programa do Porchat” em apenas uma semana no ar mostrou que pode ser uma grata opção nos finais de noite, apesar do horário ingrato, por volta de meia-noite. Fábio Porchat se mostra seguro e ágil nas entrevistas, não deixando escapar a chance de zoar os convidados, como fez nessa segunda-feira (29), quando recebeu Pedro Cardoso e Joelma. Com o ator, que anda esbanjando simpatia desde que saiu da Globo, ele até fez uma encenação em que o eterno Agostinho da “Grande Família” vai ao seu camarim pedir emprego na emissora do bispo Edir Macedo. “Tá vindo no nosso programa, você tá fechando o caixão, né? Já na Luciana Gimenez, foi no Gugu, no Danilo Gentili, foi vender tapete persa, foi em todo lugar”, disse Porchat durante a entrevista. E Pedro Cardoso nem se ofendeu! Até rebateu depois: “Deus é pai. Você está na Record, cara!”.

Não foi diferente com Joelma. Quando a cantora deixou a bola quicando ao afirmar que não gosta de se inspirar no que todo mundo faz, porque quer fazer o que ninguém está fazendo, ele largou no ato: “Deixa a Shakira se inspirar em você, né?”, ironizou, já que momentos antes havia mostrado Joelma cantando em espanhol num clipe claramente copiado de uma música da cantora colombiana. A paraense levou dois segundos para entender e só lhe restou jogar os cabelos e dar risada.

A ideia de abrir o programa comentando assuntos do dia que vão desde política até celebridades foi uma boa solução para falar sobre artistas que não poderão ser seus convidados, como os contratados da Globo e do SBT. Embora logo na estreia Porchat tenha feito uma pegadinha com Tatá Werneck, colocando no ar uma ligação telefônica que ele fez para a atriz, que é sua amiga e, sem saber, acabou sendo entrevistada via celular. Também lhe rendeu pontos ter sido o primeiro a entrevistar Sasha Meneghel, filha de Xuxa e Luciano Szafir, que, mesmo sendo ela conhecida apenas por ser filha da Rainha dos Baixinhos, desperta sempre a curiosidade do público. A descontração do humorista deixou a garota à vontade e o bate-papo fluiu solto. Encerrar com Wesley Safadão não poderia dar errado. Mas ganhou o reforço de uma ligação feita para a simpática mãe do cantor. E a entrevista com Tiririca na, quinta-feira (25), só não foi mais atraente porque o palhaço e deputado não trouxe nada de novo.

A ideia de misturar talk show com quadros de humor em que Porchat atua com outros artistas da casa, como já fez com Marcos Mion e Rodrigo Faro, entre outros, funcionou bem na estreia. Nos dois programas seguintes, no entanto, tanto a pegadinha num banheiro com Roberto Justus quanto a paródia da “Grande Família” foram bem sem graça. A interação com os integrantes da banda Pedra Letícia, fixa no programa, não chega a ser algo sensacional, mas não incomoda. O que vale é que, ao menos, a proposta de entretenimento está sendo muito bem cumprida.


Mais estreia em:
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domingo, 28 de agosto de 2016

“Êta Mundo Bom!”: Novela chega ao fim com desfechos bem resolvidos e direção, produção e interpretações impecáveis


O autor Walcyr Carrasco fechou com chave de ouro a história de “Êta Mundo Bom!”, novela das seis da Rede Globo, que chegou ao fim na sexta-feira (26), com reprise nesse sábado (27). Sem atropelos nem sequências arrastadas que costumam pontuar o último capítulo de alguns folhetins, os personagens principais tiveram seus desfechos contados de forma eficaz e muitos coadjuvantes viveram seus minutos de protagonistas. É até difícil selecionar destaques em meio a um conjunto tão bem orquestrado pela direção geral e artística de Jorge Fernando e um elenco que contou com nomes que dispensam qualquer adjetivo como os de Elizabeth Savalla, Rosi Campos, Ary Fontoura, Suely Franco e Ana Lúcia Torre, entre tantos outros.

Eliane Giardini e Sérgio Guizé pareciam ter nascido para interpretar, respectivamente, Anastácia e Candinho, mãe e filho em torno de quem girou todas as demais tramas. Marco Nanini revolucionou ao se dividir nos papeis dos gêmeos com perfis sui generis como o metido e cascateiro geólogo Dr. Pandolfo e o lúdico professor Pancrácio. Sem falar nos inúmeros tipos a que o ator se submeteu, mergulhado nas fantasias fantásticas criadas e vividas pelo filósofo para ganhar dinheiro nas ruas.
Mas não há como não exaltar nesse final o equilíbrio perfeito que houve entre as cenas de drama, romance e humor. Foi impactante o destino dado à vilã Sandra (Flávia Alessandra), começando pelo acidente em que seu amante Ernesto (Eriberto Leão) morreu em seus braços até seu desespero dentro da prisão, onde não perdeu a pose, foi jogada em uma solitária e teve que comer até a comida que ela própria, em um gesto de fúria, havia jogado no chão.

O momento mais comovente não poderia ser outro que não a morte de Gerusa (Giovanna Grigio), de leucemia, no hospital, e de Osório (Arthur Aguiar), de amor, à beira do túmulo da noiva. Poderia ter sido extremamente deprimente, mas se tornou bonito pelo tratamento delicado. Ficou suave a cena em que os dois apareceram felizes, sorrindo e dançando a valsa do casal, já em “outro plano”.

Humor e romance, ingredientes predominantes na novela inteira, não faltaram na hora de decidir os rumos dos personagens do núcleo mais divertido, que foi o da fazenda. O “não” que Mafalda (Camila Queiroz) deu no altar para Romeu (Klebber Toledo), preferindo se casar com Zé dos Porcos (Anderson Di Rizzi), acabou com a grande expectativa de qual “cegonho” a fogosa caipirinha iria escolher. Bem sacado o simbolismo do voo do “cegonho” através do vento soprando o véu da noiva em sua noite de núpcias no galpão do Zé dos Porcos.

E não poderia ter sido mais simplória e verdadeira a mensagem dita por Candinho antes de beijar Filomena (Débora Nascimento) no altar, ao fim da cerimônia de seu casamento. “Tudo que acontece de pior, é para melhorar”, afirmou ele olhando para a câmara, repetindo para o público a frase sempre repetida por ele nos momentos mais difíceis vividos por ele ao longo da história. Sem dúvida, foi um FIM que fez jus à homenagem que Walcyr Carrasco quis prestar a Amâncio Mazzaropi, ou simplesmente Mazzaropi, o maior ator de rádio, teatro e TV do cinema brasileiro, que, em 1954 protagonizou no cinema “Candinho”, filme baseado em um conto de Voltaire, “Cândido ou Otimismo”, e que, por sua vez, serviu de inspiração à novela. E, como diz o original de Voltaire: “Tudo é para o melhor neste melhor dos mundos”.



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sexta-feira, 26 de agosto de 2016

“Adnight”: Marcelo Adnet erra na escolha do primeiro convidado e mostra despreparo para comandar um programa sozinho


Qualquer análise sobre a estreia de “Adnight”, programa comandado por Marcelo Adnet na Rede Globo, nessa quinta-feira (25), poderia começar com uma palavra: constrangedora. A apresentação especial feita pela emissora na semana passada já tinha dado sinais de que não havia motivo para se criar grande expectativa em relação à nova atração. Mas o público sempre alimenta a esperança de ser surpreendido. De preferência que seja uma surpresa positiva. Não foi o que aconteceu.

Esse estilo stand-up comedy almofadinha na TV já virou zona de conforto para comediante de palco que não sabe realmente se virar diante de uma câmera voltada diretamente para ele. No teatro é muito mais fácil distrair o espectador e até desviar a atenção dele para quem também está na plateia ou para qualquer outra coisa que não seja o próprio artista. Na televisão não dá. O telespectador está focado na imagem do monitor e precisa ser cativado para assim continuar. Adnet mostrou despreparo e insegurança para ser dono do seu programa.

Para começar, seu primeiro convidado é ninguém menos do que Galvão Bueno. E Adnet justifica dizendo que é para “matar a saudade” da Olimpíada. Como assim? Os jogos olímpicos acabaram há apenas quatro dias, será que alguém realmente está sentindo saudade do Galvão? Por favor, só gritando “Cala a boca, Adnet!”. Aí entra Daniela Mercury, Reginaldo Lemos e Arnaldo Cézar Coelho para participar de um quiz com perguntas bobas sobre o narrador-comentarista. Para quê?

Aí, alguém teve a ideia esdrúxula de colocar apresentador e entrevistado para pisar em uvas dentro de uma tina enquanto, entre uma pergunta e outra, Adnet quer saber com quantos anos Galvão perdeu a virgindade... Oi? Depois vem uma dança de tango fora de hora, só para a mulher do comentarista esportivo fazer uma aparição relâmpago. E em seguida, num mico completamente fora de contexto, Galvão, Adnet e Arnaldo Cézar Coelho se vestem de faraó para fazer uma selfie, fingindo que estão no Egito. O que tinha no vinho que eles beberam antes???

Não bastasse ser mais um programa com o formato batido de ter uma banda musical de prontidão no palco, as letras das músicas que pontuam os momentos da entrevista ganharam sempre uma versão que deveria ser cômica, só que nenhuma teve a menor graça. O apresentador, absurdamente perdido, parecia um bobo tentando agradar a corte. O auge do amadorismo e da falta de noção foi a disputa de corrida em bichos de pelúcia de brinquedo, desses que têm em shopping, pelos corredores dos estúdios da Globo, culminando com Adnet gritando: “O nosso amor pelo Galvão em nome de todo povo brasileiro”. Alguém aí deu procuração para o Adnet falar em nosso nome?

Independentemente do próximo convidado, ficou visível que Marcelo Adnet ainda precisa aprender muito para ser um apresentador e entender que ter um programa próprio exige responsabilidade muito maior do que ser apenas parte de um grupo de humoristas interpretando piadas em esquetes. Está faltando experiência na mesma proporção em que está sobrando deslumbramento com a nova função.



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quinta-feira, 25 de agosto de 2016

“MasterChef Brasil”: Band acerta ao assumir prova final gravada e anúncio ao vivo do vencedor agita torcidas nas redes sociais


A vitória de Leonardo, ou simplesmente Leo, no “MasterChef Brasil” que foi ao ar na terça-feira (23), na Band, já era esperada para a maior parte dos internautas que bombardearam as redes sociais com memes favoráveis ao empresário paulista desde que ele foi para a final ao lado de Bruna. Mas durante o programa o que surpreendeu mesmo foi a torcida de quase todos os outros participantes, que assistiam a tudo do mezanino, para a professora mineira. Até mesmo Raquel, terceira semifinalista eliminada que sempre disse ser a única parceira de Leo na disputa, dizia até que eles eram os dois lobos solitários na competição, resolveu se aliar aos outros ex-competidores e gritar junto com eles palavras de incentivo a Bruna. Fernando e Aluízio até se mostraram favoráveis ao paulista, mas foi apenas Thaiana quem realmente tentou ajudá-lo com dicas durante a última prova.

Agora, analisando o que foi ao ar, foi muito bom ver que dessa vez a Band aprendeu a lição e não tentou enganar o telespectador, como fez nas finais das duas primeiras temporadas, anunciando que o programa inteiro seria exibido ao vivo, quando na verdade a realização da última prova já tinha sido gravada e foi mostrada no estúdio em um telão. A diferença foi logo sentida quando Leo e Bruna chegaram ao local da transmissão em trajes de festa e não vestindo doma de chef, como os finalistas anteriores. Até a apresentadora Ana Paula Padrão deixou claro que a prova final já tinha sido gravada há algumas semanas. Apenas o anúncio do nome do vencedor, que estava sendo guardado em segredo pelos jurados Paola Carosella, Henrique Fogaça e Erick Jacquin, foi realmente feito ao vivo.

Mas o ponto alto do programa ficou mesmo por conta das sequências gravadas da prova em que Leo e Bruna executaram um menu autoral, com entrada, prato principal e sobremesa. Ele apoiado pela mãe e pela namorada e ela, pelo pai e o marido. Aliás, o pai de Bruna mostrou a quem ela no puxa-saquismo e, do alto do mezanino, ele fez um comentário sobre Paola: “Mas, gente, aquela chefe é gatona demais!”. Elogio impróprio e deselegante para o familiar da participante de uma final. Apesar de que Paola parece gostar de ser bajulada e, como fazia antes, voltou a não esconder sua preferência pela concorrente feminina. “Ela fala e faz maionese. As pessoas panicam com maionese. Você merece estar aqui”, diz a chefe, sorrindo ao exaltar o trabalho de Bruna na cozinha. Já Fogaça, ao lado dela, visivelmente sem graça com tal observação, tentou mudar de assunto. Assim como Jacquin, sempre coerente e criterioso, manteve sua postura habitual de quem não se deixa levar por elogios tendenciosos.

De qualquer forma, Bruna acabou perdendo justamente por ter inventado de fazer um doce de beterraba para a sobremesa. A ideia da professora, que era conhecida por seus conhecimentos em confeitaria, não agradou. E Leo acabou levando o prêmio de MasterChef Brasil. Agora é aguardar pelo “MasterChef Profissionais”, competição que reunirá cozinheiros experientes que começará a ser gravado em setembro. A estreia, inicialmente, está prevista para outubro.



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quarta-feira, 24 de agosto de 2016

“Justiça”: Série emociona ao fazer refletir sobre ética e moral em situações que podem parecer injustamente justas


Como já era previsível pelas chamadas, “Justiça”, nova série da Rede Globo que estreou nessa segunda-feira (22), veio cumprir uma lacuna que havia na grade de programação de produtos que justificassem o padrão de qualidade sempre tão alardeado pela emissora. Lacuna essa que não deveria haver, já que a emissora tem competência para produzir programas com qualidade em séries, literalmente.

O roteiro de “Justiça” emociona, faz refletir e até irrita, pelos mais variados tipos de emoções que instiga em quem assiste. Não chega a ser algo inusitado na televisão brasileira em termos de contexto ficcional. Fatos da vida real trazidos para a ficção, mesclando temas jurídicos e retratando como algumas leis podem ser aplicadas de forma justa ou injusta já foi feito desde os tempos de “Caso Verdade”, nos anos 80; em “Delegacia de Mulheres”, nos anos 90, e, em um dos produtos de maior qualidade na emissora nesse sentido, pois trazia fatos reais para a teledramaturgia, que foi o “Linha Direta- Justiça”, exibido entre 1999 e 2007.

O que “Justiça” realmente traz de diferencial em relação a produções anteriores com focos semelhantes é o leque de novos recursos tecnológicos que está a serviço de uma equipe de verdadeiros mestres em levar uma linguagem de cinema para a televisão. A direção artística de José Luiz Villamarim está impecável e o texto de Manuela Dias se sobressai na interpretação de um elenco afiado que consegue fazer brotar emoção em cada fala, por mais ácidas que possam ser algumas palavras usadas. Soam mais fortes ainda por serem frases que, na verdade, fazem parte do nosso cotidiano, se não ditas por nós mesmos são ouvidas por outrem nas ruas, e até dentro de nossas casas.

“Se a lei não existe para fazer justiça, existe para quê?”, pergunta Elisa, a protagonista do primeiro episódio brilhantemente interpretada por Débora Bloch. Na história que marcou a estreia da série que contará quatro histórias distintas em 20 episódios, Elisa é uma professora de Direito que vê a filha, Isabela (Marina Ruy Barbosa) ser assassinada a tiros pelo noivo, Vicente (Jesuíta Barbosa) ao ser flagrada transando com o ex-namorado no banheiro de sua casa, e não supera essa perda. O assassino é condenado a sete anos de prisão e Elisa se prepara durante todo esse tempo para matá-lo no momento em que ele sair do presídio. Com certeza a cena em que a mãe abraça o corpo da filha morta coberto de sangue foi uma das mais impactantes vista nos últimos tempos em teledramaturgia. Marina Ruy Barbosa e Jesuíta Barbosa mostraram sintonia e segurança, mas foi Débora Bloch quem realmente brilhou em uma interpretação visceral em todos os momentos da personagem.

Interessante e bem planejada a ideia de interligar os episódios através da participação dos protagonistas das outras três histórias fazendo participação como coadjuvantes naquela que está sendo exibida. Como aconteceu no primeiro episódio em que Adriana Esteves, Cauã Reymond e a dupla Luísa Arraes e Jéssica Ellen apareceram como se estivessem apenas dando uma palhinha do que aconteceria nas histórias pessoais de suas personagens.

E de empregada doméstica da casa de Elisa no primeiro episódio, Adriana Esteves trouxe sua Fátima para roubar todas as cenas no segundo episódio, na terça-feira (23), em que ela e o marido, Waldir (Ângelo Antônio) levam uma vida humilde mas feliz em um sítio na periferia, até a chegada de seu novo vizinho, o policial miliciano Douglas (Henrique Diaz) e sua namorada Kellen (Leandra Leal), mais o cão Furacão. O animal feroz começa a atacar as galinhas do sítio e, num momento de fúria, enquanto o marido está mal no hospital após ter sido esfaqueado em uma briga de bar, Fátima mata o animal. Para se vingar, Douglas “planta” drogas no jardim do casal e ela é presa. Sete anos depois, a empregada doméstica é libertada e só encontra em sua casa os escombros dos atos que a milícia fez na vida de sua família. Henrique Diaz, como sempre, se supera a cada personagem truculento que coleciona, e Leandra Leal dispensa comentários ao se reinventar e surpreender a cada trabalho. A atriz esbanjou sensualidade e reafirmou merecer ser um dos maiores talentos de sua geração.

Os desfechos dos dois primeiros episódios foram impactantes e deixaram no ar a expectativa sobre o que virá nos próximos. Com certeza, mais cenas de ação e emoção que, espera-se, leve o público a refletir ainda mais sobre o conceito do que é justo ou injusto do ponto de vista de cada situação, onde ética e moral são colocadas à prova.



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segunda-feira, 22 de agosto de 2016

“Bake Off Brasil – Mão Na Massa”: Disputa culinária mantém expectativa para final, com avaliação feita às cegas pelos jurados


O penúltimo episódio de “Bake Off Brasil”, que foi ao ar nesse sábado (20), no SBT, mostrou como jurados de uma competição culinária podem ser justos em seus critérios de avaliação e agir de forma coerente na escolha de quem deve ser eliminado e quem merece permanecer até a final. Foi o que fizeram a chef confeiteira Carolina Fiorentino e o empresário Fabrizio Fasano Jr., quando optaram pela eliminação da paranaense Juliana, deixando a mineira Camila e os paulistas Noemy e Marcos como três finalistas.

Foi difícil a conversa decisiva que os dois jurados tiveram com a participação da apresentadora do programa, Ticiana Villas Boas. Carol até lembrou que se fossem seguir o mesmo critério dos episódios anteriores, de simplesmente salvar os melhores das duas provas, a criativa e a técnica, e colocar como foco da eliminação principalmente quem falhou na segunda, não haveria problema. Na semifinal, a primeira consistiu em produzir 20 macarons, de dois sabores diferentes, a partir da aula que tiveram com o chef francês Fabrice Le Nud, premiado nessa especiaria, e a outra em reproduzir um bolo com formato de melancia e sabor de chocolate. Porém, como disse Fasano, eles não poderia julgar ressaltando apenas quem ganhou ou perdeu a segunda prova porque ela não foi bem executada por nenhum dos competidores.

Levando em consideração a trajetória dos quatro, Camila e Noemy foram as que mais ganharam o avental de confeiteiro da semana e tiveram uma constância durante toda a temporada. As duas também ficaram entre as melhores na prova dos macarons. O embate ficou entre Juliana e Marcos, que tiveram oscilações no decorrer de toda a competição. Mas Carol também relevou o estado emocional de cada um. “É supernormal eles estarem mais nervosos nessa segunda prova técnica por ser uma semifinal, a gente sabe que eles fazem muito melhor do que esse bolo e com certeza a emoção fez com que essa não fosse uma prova maravilhosa”, observou a chef confeiteira.

No fim, apesar de claramente ser o queridinho de Fasano, Marcos foi o terceiro nome anunciado como finalista, ao lado de Camila e Noemy, simplesmente pelo fato de que Juliana não cumpriu a prova criativa, entregando apenas metade dos 20 macarons exigidos no desafio. Na verdade, ela parecia estar se sabotando para sair, pois estava visivelmente triste após a eliminação de sua filha, Paula, no episódio anterior. O próprio Fasano disse à dona-de-casa que se ela tivesse entregue ao menos um macaron bem feito do segundo sabor pedido, teria continuado na disputa.

Marcos já está preparado para desfilar a gravata borboleta que guardou para a final. E, continuando o mesmo senso de justiça visto no decorrer da competição, a briga pelo título deverá ficar mesmo entre Camila e Noemy. Até porque, diferentemente de outras competições de culinária, a avaliação da prova decisiva é feita às cegas, como sempre aconteceu. Ou seja, os jurados experimentam os doces sem saber quem fez. Não há como beneficiar um ou outro confeiteiro amador. Então, que vença a melhor!


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quarta-feira, 17 de agosto de 2016

“MasterChef Brasil”: Com final já gravada, empolgação e expectativa de competição culinária se esgota no penúltimo episódio


Já que a Band deverá manterá o mesmo formato das duas temporadas anteriores na grande final do “MasterChef Brasil 3”, na próxima semana, mesclando ao vivo com gravado, é possível prever de antemão que o último episódio realmente empolgante dessa terceira temporada foi ao ar nessa terça-feira (16), quando aconteceu a disputa entre Bruna, Leonardo e Raquel pelas duas vagas de finalistas do programa. A competição culinária movimentou as redes sociais e as torcidas de cada participante. Por mais que a mídia e alguns internautas tenham tentado cometer o famoso spoiler e anunciar antes a vitória da dupla Bruna e Leo e, consequentemente, a eliminação de Raquel, nada tirou a expectativa pelo resultado durante a realização de cada prova enquanto o programa estava no ar.

Expectativa maior poderia ser incentivada a acontecer se a decisão entre os dois finalistas realmente acontecesse ao vivo. O que já está totalmente descartado pois, como se viu nas “cenas do próximo programa” que encerraram o episódio de ontem, a prova derradeira entre Leo e Bruna já aconteceu. Apenas o nome do grande campeão só será conhecido na hora em que o programa for ao ar. Ao menos já é do conhecimento do público que o último episódio não será 100% ao vivo.

Nas duas primeiras temporadas, quando a emissora anunciou uma final ao vivo, a promessa não foi cumprida. E, pior, a emissora não assumiu o engodo e tentou ludibriar o público mesclando cenas gravadas das provas que já haviam sido realizadas com imagens dos apresentadores e finalistas diretamente dos estúdios. Vale lembrar que muitos dos convidados que foram assistir “ao vivo” na plateia, levantaram-se e foram embora ao perceberem que assistiriam tudo em um telão até a hora do anúncio do vencedor. Pegou muito mal.

Assim como pega muito mal a falta de imparcialidade da chef Paola Carossela ao julgar alguns participantes. Já tinha acontecido no protecionismo que ela deu a Gleice, e voltou a acontecer nesse último episódio em que a chef deu uma aula e toda a receita de como Bruna faria sua sobremesa de pera. Ensinou até como a mineira deveria empratar. “Ela está bem encaminhada”, disse Paola aos demais jurados, Henrique Fogaça e Erick Jacquin. Como assim? Em uma semifinal a jurada ainda precisa “encaminhar” a participante? Ficou evidente o destaque dado para Bruna até na edição, já que a maioria dos depoimentos que intercalou o programa inteiro foi dela.

Enfim, ficando em primeiro ou segundo lugar, ambos saem ganhando. Aliás, essa foi mais uma falha de estratégia da emissora: divulgar com antecedência que o segundo lugar também ganharia um curso na Le Cordon Bleu do Canadá. Poderia ter deixado essa “surpresa” para “tomperar” a final. Ou seja, os dois já são vencedores.



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sexta-feira, 5 de agosto de 2016

“MasterChef Brasil”: Relações interpessoais disputam posto de ingrediente principal em programas de competições culinárias


As competições culinárias estão conquistando cada vez mais espaço na televisão há algum tempo, mas é visível como os programas desse gênero estão não apenas se aperfeiçoando nas provas de gastronomia como também investindo nas disputas interpessoais, que estão cada vez mais acirradas. O público não está de olho somente nas receitas e pratos preparados, como passou a analisar detalhadamente a personalidade de cada participante. Um dos termômetros é a repercussão nas redes sociais, onde cozinheiros amadores até então completamente anônimos ganham torcidas organizadas e conquistam verdadeiros fãs. Serão as novas celebridades instantâneas de forno e fogão?

Um exemplo claro é o favoritismo que Leonardo e Raquel, dois dos quatro finalistas do “MasterChef Brasil”, da Band, vêm mostrando nas pesquisas feitas pela própria emissora entre os internautas. A própria empresária mineira já disse que ela e o empresário paulista são dois “lobos solitários”, pois sempre se mantiveram na deles, sem fazerem parte de nenhum dos grupos de afinidades que se formaram ao longo da competição e que, de alguma forma, tentaram desestabilizar a dupla. Enquanto isso as duas outras duas finalistas, Luriana e Bruna, posam de “irmãzinhas” em um jogo onde só haverá um vencedor. Nessa de “miga” pra lá, “miga” pra cá, Luriana até perdeu de ir direto para o mezanino ao salvar a torta da Bruna e deixar a sua em segundo lugar. Deve ter se esquecido de seu próprio depoimento gravado momentos antes: “Agora não tem mais como me esconder atrás dos amigos”, tinha confessado Luri ao saber que a prova seria individual.   

Fato é que o público percebe os mínimos detalhes nas ações e reações individuais no convívio em grupo. Como aconteceu recentemente quando Julianne Trevisol venceu o “Super Chef Celebridades”, do “Mais Você”, na Rede Globo, a despeito de toda a falta de imparcialidade que houve na condução da competição e da forma fria como foi tratada pelos demais famosos. Além da competência mostrada na cozinha, o que lhe rendeu muitas notas 10, a atriz conquistou o prêmio também graças aos votos que ganhou dos telespectadores via internet e SMS. E disputando com André Gonçalves e Eri Johnson, dois atores veteranos na emissora e muito mais conhecidos do que ela, que acabou de vir da Record. Vale lembrar que quem está em casa não sente o cheiro nem o sabor da comida, mas sabe avaliar muito bem o comportamento de cada aprendiz de chef.

Em “Batalha dos Cozinheiros”, conduzido por Buddy Valastro na Record, os participantes não são famosos, têm conhecimento vago de gastronomia e percebe-se que estão ali principalmente por uma idolatria que alimentam pelo Cake Boss norte-americano. Mas na hora das provas, todos deixam de lado qualquer tipo de sentimentalismo em relação aos alimentos ou paixão pela cozinha e partem para a briga. As discussões chegam ao ponto de o programa parecer mais uma versão kitchen de “Casos de Família”, do SBT. A cada eliminação acontece um novo bate-boca.

Já em “Bake Off Brasil”, do SBT, embora a disputa aconteça entre confeiteiros, em alguns momentos ela não se mostra muito doce. A dose de competitividade aumenta a cada episódio, principalmente quando envolve relações mais delicadas, como é o caso da dona de casa Juliana e sua filha, a cantora lírica Juliana, que concorrem em pé de igualdade. A filha não se constrange em deixar claro que quer vencer a mãe nas provas: “Os filhos vieram para superar os pais!”, afirma sempre Paula de forma categórica. Sem falar que a cantora, que irrita a todos com suas cantorias de ópera durante as provas, não perde a chance de cutucar seus concorrentes.
   
Independentemente das polêmicas que são revertidas em audiência, esses programas de culinária podem correr o risco de errar a mão e acabar exagerando na escolha de participantes que tenham mais o perfil para entrarem em um reality show do tipo “Big Brother” do que mesmo em competições em que a estrela maior deve ser a gastronomia. Aí a receita pode desandar de vez.



Mais competições culinárias em:

"MasterChef Brasil"
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"Bake Off Brasil"
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"Batalha dos Cozinheiros"
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"Super Chef Celebridades"
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