quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

“José Do Egito”: Emissora investe mais uma vez em minissérie épica e volta a acertar no trabalho de direção de arte, fotografia e unidade na interpretação de todo o elenco


A Record acerta mais uma vez ao colocar no ar o que sabe fazer de melhor: minisséries bíblicas. Depois de “A História de Ester”, ‘Sansão e Dalila” e “Rei Davi”, a emissora volta a mostrar seu empenho e competência em fazer produtos do gênero com a estreia de “José do Egito”, nessa quarta-feira (30). Com direção de Alexandre Avancini e autoria de Vivian de Oliveira, a produção faz jus aos mais de R$ 20 milhões orçados, com direção de arte, fotografia, figurinos e caracterizações cuidadomente trabalhados.


A história de José, o filho mais novo do patriarca judeu Abraão, alvo da inveja dos irmãos, faz parte do Antigo Testamento. Ele é vendido como escravo, mas cai nas graças do faraó, se tornando governador do reino por causa do seu dom de interpretar sonhos.O mais interessante nesses projetos épicos da Record é que o que vale mesmo é a história e o trabalho de equipe minuciosamente trabalhado para que um setor não se sobressaia ao outro. Nenhum personagem está acima de tudo e de todos. Nem mesmo o personagem-título. Diferentemente de outras estreias em que invariavelmente há um ator a se salientar, em “José do Egito” há um trabalho de equipe não só nos bastidores, mas na consciência de cada um ter o seu momento de contribuir para a história.

O mote é a história de José, vivido na fase jovem por Rick Tavaes e por Ângelo Paes Leme na adulta, filho de Jacó (Celso Frateschi), invejado pelos irmãos-primos, já que o pai é casado com irmãs, que acabará sendo vendido pelos próprios como escravo, mas acabará se tornando governante do Egito. Mas no capítulo de estreia o destaque ficou para Diná (Marcela Barrozo), jovem estuprada por Siquém (Paulo Nigro), com quem acaba se casando, contra sua vontade, sob o compromisso de o jovem se submeter à circuncisão.

O primeiro episódio agradou. As questões da época, 1716 A.C. na Mesopotâmia, dispensam comentários. A quem as desconhece requerem pesquisa. No quesito reconstituição de cenário ambientado no Egito e Israel de 4.000 anos atrás a equipe não descuidou de detalhes. Tudo indica que José na fase jovem entregue ao ator Paulo Nigro conquiste a mesma admiração conquistada por Leandro Léo quando fez o jovem “Rei Davi” antes de entregar o personagem a Leonardo Brício para a fase adulta do personagem.

Há também certo tom de modernidade nos diálogos, apesar de ser uma história de época. Como quando Diná questiona o fato de estar sendo obrigada a se casar por questões religiosas e interesses na divisão de bens materiais entre famílias de diferentes povos. Evoluído demais para a época? Por que não? 



 Outra minissérie épica, aqui:

http://www.blogger.com/blogger.g?blogID=6861779965983543569#editor/target=post;postID=7157942689055193711


quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

“Louco Por Elas”: Participação de Reginaldo Faria travestido de mulher valoriza episódio, que traz mensagem sobre a diversidade dos tipos de pais nas famílias modernas


Reginaldo Faria surpreendeu com sua volta à cena em uma participação especial no “Louco Por Elas”, que foi ao ar nessa terça-feira (29). Sua personagem, Veruska, a apresentadora de um programa de TV que fala sobre sexo, na verdade, é o pai de Léo (Eduardo Moscovis), que, ao descobrir no passado que tinha "nascido mulher no corpo de homem", abandonou a família e passou a viver com uma identidade feminina.

A transformação só mostrou a versatilidade do ator, que ano passado viveu Augusto, um homem rico e bondoso transformado em um espírito de luz após sua morte e é pai de Carlinhos (Gabriel Braga Nunes), o filho roubado quando bebê na novela “Amor Eterno Amor”. Não que seu talento para a comédia não tivesse já sido comprovada antes, afinal, como esquecer Jacques Léclair, o costureiro homem que fingia ser gay em “Ti Ti Ti”, de 1985?

Reginaldo oxigenou o segundo episódio dessa terceira temporada da série, mostrando a alegria espontânea da personagem, mas também a tristeza contida por não poder se assumir diante dos próprios netos. Uma mistura de “Gaiola das Loucas” com “Uma Babá Quase Perfeita”. E fez uma dupla ótima com Violeta (Glória Menezes), que nessa fase atual está cada vez mais alienada do mundo real e se entregando a suas fantasias em que prevalece a ideia fixa em ter um companheiro.

No geral, no entanto, o texto de João Falcão muitas vezes cansa ao exagerar numa espécie de troca de papéis, em que crianças falam e agem como adultos, e estes se comportam como adolescentes desinformados e ainda em busca da própria identidade. Logo na abertura do episódio aparece a “viajante” Violeta e suas netas, Bárbara, de 17 anos, e Theodora, de apenas 11, assistindo a Veruska mostrando na TV um pepino, comparando-o ao órgão genital masculino. Em seguida, a caçula pergunta à irmã se homens podem gerar filhos. “Eu quero ter um filho, mas não quero engravidar. Quero que meu marido engravide”, afirma a criança, num discurso exageradamente rebuscado para sua idade, que, inclusive, é inferior à da classificação indicativa do programa, de 12 anos.

Tudo bem que as crianças atualmente estão cada vez mais evoluídas e à frente do seu tempo, mas a lente de aumento que os autores estão colocando nas falas da atriz-mirim e a discrepância entre o comportamento dela e as atitudes totalmente sonsas dos adultos são tão insistentemente repetitivas que deixam algumas sequências pedantes e enfadonhas.

Não há como negar, porém, que o episódio teve um encerramento comovente ao mostrar a mensagem final de Théo, falando para a câmera e para seu pai Geraldo, ou melhor, Veruska: “Tem gente que acha que família é um pai, uma mãe e um filho. Tem gente que acha que os pais têm que ser casados. Tem gente que acha que o casal tem que ter filhos. Tem gente que acha que os pais têm que ser de sexos diferentes. Mas, na verdade, não tem que ter nada. Quer dizer, tem que ter uma coisa: amor, muito amor. E isso no meu pai nunca faltou”.


Mais sobre "Louco Por Elas", aqui:

http://www.blogger.com/blogger.g?blogID=6861779965983543569#editor/target=post;postID=3231265197186718379

http://www.blogger.com/blogger.g?blogID=6861779965983543569#editor/target=post;postID=335029631874448365


sábado, 26 de janeiro de 2013

“Pé na Cova”: Marília Pêra domina a cena no seriado idealizado por Miguel Falabella que traz um tipo de humor contido, simples e mórbido, inspirado em “A Família Addams”


Marília Pêra brilhou absoluta na estreia de “Pé na Cova”, na quinta-feira (24), na Rede Globo, interpretando Darlene, a maquiadora de defuntos no seriado idealizado por Miguel Falabella, que também assina o texto final. A atriz simplesmente dominou todo o primeiro episódio, sobressaindo-se até a Falabella, que ainda interpreta o protagonista, Ruço, seu ex marido e dono de uma funerária. A personagem da atriz, que acaba de chegar de uma temporada de um ano em uma clínica para recuperação de alcoólatras, tem o melhor texto de todo o elenco, está sempre com um copo de gim em uma mão e um cigarro apagado na outra e a característica mais marcante de falar errado, trocando a letra r pela letra l, como quando diz “crínica”, “prantada”, “pobrema”. Mas a graça para por aí.

Não, “Pé na Cova” não é uma comédia escrachada para fazer o telespectador gargalhar em casa. Diria que é um seriado de uma ironia sutil, contida e que tenta colocar uma lente de aumento debochada ao descrever cenas do cotidiano, como quando Adenoide (Sabrina Korgut), a empregada da família de Ruço, ao ir embora da casa abre a sua sacola de plástico para mostrar para os patrões que está levando só o que é dela.

A história tem como cenário principal a FUI, Funerária Unidos do Irajá, estabelecimento que Ruço herdou do pai. Darlene é a ex-mulher, maquiadora de defuntos, que vai se confrontar com a atual namorada dele, Abigail, interpretada por Lorena Comparato, ex-apresentadora do “TV Globinho”. Tem ainda os filhos do ex-casal: Alessanderson, o sem noção que quer virar político, vivido por Daniel Torres, e Odete Roitman, a stripper que “presta serviço” via internet, feita por Luma Costa.

Tirando Miguel e Marília, a maioria dos outros nomes do elenco é pouco conhecida do grande público. Nada que prejudique, já que os atores estão muito bem em seus papéis. Inclusive há certa morbidez nas personagens de Juscelino, o faz-tudo da funerária interpretado por Alexandre Zacchia, e de Bá, aquela que “não está mais entre nós”, vivida por Niana Machado. Aliás, a atriz esteve presente ano passado na novela “Aquele Beijo”, também de Falabella, fazendo uma das costureiras da confecção Shunel, de Felizardo (Diogo Vilela), cuja fala constante era “Eu já morri”. É sempre gratificante ver autores e diretores dando oportunidades de novos trabalhos a artistas veteranos sem qualquer evidência na mídia.

De volta à história, esses “tipos estranhos” têm tudo a ver com a fonte inspiradora que Falabella teve para escrever esse projeto, que foi o musical “A Família Addams”, que ele assistiu em Nova York. Felizmente, apesar de a história girar em torno de um tema deprimente que é a morte, ela (a morte) não é o assunto principal. Senão, além de não provocar gargalhadas, acabaria incitando à depressão.

Mais sobre "Aquele Beijo", novela de Miguel Falabella citada aqui:
http://tvindependentebyelenacorrea.blogspot.com.br/2012/02/aquele-beijo-luis-salem-um-ator-com.html 

quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

“Mais Você”: Ausência de Dhomini no tradicional café da manhã com eliminados do "BBB" no programa de Ana Maria Braga revela coerência nas atitudes da apresentadora, defensora dos animais


Ana Maria Braga não me decepcionou ao não receber Dhomini, o eliminado dessa terça-feira (22) do “Big Brother Brasil 13”, no “Mais Você” dessa quarta-feira (23). É costume, e não é de hoje, a apresentadora conversar no tradicional “café da manhã” do programa com o participante que saiu da casa na noite anterior. Assim foi com Aline, a eliminada da semana passada, que não só garantiu um espaço maior no ar como ainda foi convidada e fez uma matéria no forró de sua comunidade bancando a “repórter por um dia”.

Enquanto Aline, que fazia parte do grupo dos novatos no reality show, conquistou amplo espaço e bajulações do Louro José, Dhomini ganhou no máximo uma citação de Ana Maria que, para os bons entendedores, traduziu o seu pensamento: “Talvez agora tenha menos baixaria, com o Dhomini fora”, afirmou a apresentadora. O comentário foi feito após ela ter “acordado” os confinados da casa, via telão, e ter feito de Anamara o centro das atenções, a concorrente de Dhomini no paredão.

É coerente que Ana Maria Braga, “cachorreira” convicta, que leva seus bichinhos de estimação até para o estúdio, não se sentiria confortável em receber à mesa um sujeito que quando estava novamente na disputa por R$ 1 milhão disse ter arrancado os dentes de um cachorro a machadadas.  A polêmica foi criada, houve uma tentativa de a aberração ser amenizada, o torturador criou uma nova versão de mentira para mascarar a verdade dita, e os “ingênuos” de plantão acreditam no que querem.

Boninho, diretor de um núcleo que engloba programas como “BBB”, “Mais Você”, “Vídeo Show” e “Estrelas”, parece não ter conseguido fazer Ana Maria engolir goela abaixo esse “cowboy falso do asfalto”. Não adiantou chamar no confessionário. A emenda ficou pior do que o soneto. Boninho precisa reler o livro escrito por seu pai para entender que os tempos mudam, as tecnologias evoluem, e ele não pode parar no tempo achando que o telespectador do “BBB 13” é o mesmo do “BBB 1”.

No máximo ele, Boninho, conseguiu emplacar no “Vídeo Show” uma matéria com a ex-Casseta Maria Paula com seus cachorros. Tipo assim, “nós gostamos de bichos”. Não adianta disfarçar. Os tempos são outros.  Não subestime o público, pois é ele que tem mais armas nas mãos para subestimá-lo.

terça-feira, 22 de janeiro de 2013

“Big Brother Brasil 13”: Rede Globo favorece participante que diz ter torturado cão e feito sexo com mulher diante dos próprios filhos


Dhomini foi poupado mais uma vez na edição do “Big Brother Brasil 13” dessa segunda-feira (21) quando nenhum comentário foi feito sobre os absurdos já ditos pelo campeão da terceira edição do reality show da Rede Globo ao longo dos últimos dias. Pedro Bial ressaltou mais de uma vez que o participante não tinha aproveitado a festa de sábado (19), pois teria ido dormir cedo. Como se ele fosse um anjinho. Só que nas imagens mostrando os outros concorrentes dançando e se divertindo, lá sempre estava o goiano brincando. Que só apareceu dormindo num flash. Forçado.

E no domingo (20), após o alerta sobre a infeliz revelação sobre tortura de animais, o participante tentou desviar o assunto com uma nova declaração impactante, de que teria feito sexo com a mulher na frente dos filhos. A mulher, é claro, negou e usou a mesma justificativa usada antes para defendê-lo do caso de tortura a animais: “Foi brincadeira”. Brincadeira? Alguém brinca dando mau exemplo em rede nacional? Muito menos alguém que não é novato nesse tipo de programa?

É mais uma mostra que a direção do programa dá de que está protegendo novamente este concorrente, já que suas atitudes têm sido pouco dignas de serem mostradas como exemplo de “grande irmão”. Na sexta-feira (18), Dhomini, rindo, contou ter arrancado os dentes de seu cachorro usando um machado. A repercussão nas redes sociais foi imediata. Coincidentemente, no sábado o participante já se mostrava cabisbaixo, com ares de humilde. Numa clara demonstração para quem acompanha o reality desde sua estreia de que ele foi orientado no confessionário de que tinha dito o que não devia.

Será que Boninho e sua gang ainda não se deram conta de que esse truque de chamar o bbb no confessionário para dar as novas diretrizes e bases de conduta não cola mais? Em onze anos no ar, será que eles ainda acreditam que o público continua acreditando em todas as “armações” feitas para favorecer um ou outro concorrente?

Brincadeira? Pessoas que estão em rede nacional na televisão e 24 horas ao vivo na internet não podem “brincar” e desrespeitar a moral e a ética de quem os assiste. Ou você acha engraçado ouvir alguém na maior emissora do país dizendo que arrancou os dentes de um cão a machadada e transou com a mulher na frente dos filhos menores? É verdade? É mentira? Definitivamente, não é o tipo de tema que mereça ser alvo de brincadeira. Muito menos de uma forma tão irônica, vulgar e nojenta. Abraça a causa quem quer!


domingo, 20 de janeiro de 2013

“Caldeirão do Huck”: “Arquivo de Verão” traz histórias gratificantes de adoção de bichos abandonados enquanto Dhomini causa repulsa no “BBB” por declarações desumanas de maus tratos a animais


Luciano Huck sabe valorizar o seu jeito assistencialista chique e aparentemente despretensioso de ser até mesmo nos programas de férias do “Caldeirão do Huck”, da Rede Globo. Em uma das matérias do “Arquivo de Verão” que ele costuma mostrar nesse período revisitando pessoas ajudadas pelo programa ao longo do ano anterior, na tarde desse sábado (19), estava uma visita feita à sede da ONG Clube dos Vira Latas. Foi comovente ver tantos animais que foram resgatados e adotados.

Mais ainda foi ver um dos produtores do programa, Akira Matsui, que acompanhava a gravação do quadro, adotar uma cachorrinha da ONG, batizada por ele de Focaccia. Agradável surpresa também ver Akira, no palco do "Caldeirão", ser alvo de uma versão adaptada do “Lar Doce Lar”, em que Focaccia ganhou uma casinha e caminha decoradas. Quero ver Focaccia daqui a um ano, no “Arquivo de Verão” de 2014.

Coincidentemente, ou não, a matéria foi ao ar justamente na semana em que Dhomini, campeão do “Big Brother Brasil 3” e de volta na edição do reality show desse ano, causou espanto e horror a quem gosta de animais ao afirmar que tinha um cachorro que o mordia e, para se vingar, puxou o bicho pela corrente (sim, ele vivia acorrentado), arrancou os dentes dele com requintes de crueldade, utilizando um machado.

A promotoria de Goiânia iria investigar os “maus tratos”. Ahhh, sim, se o próprio Dhomini disse que o cão já havia morrido, vão buscar provas materiais onde?  Não basta a prova da declaração dita e gravada pelo próprio autor do crime? Querem enganar a quem? Ou vão fazer escavações arqueológicas em busca dos dentes arrancados de um animal por um ser desumano? 

Em tempo: É preciso lembrar que as campanhas não devem focar apenas em cães, mas em qualquer tipo de animal doméstico abandonado, como gatos, que também são muito maltratados.

Mais "Caldeirão do Huck" em:
http://tvindependentebyelenacorrea.blogspot.com.br/2012/10/lata-velha-quadro-do-caldeirao-do-huck.html 

 

sábado, 19 de janeiro de 2013

“Gonzaga – De Pai Pra Filho”: Filme vira minissérie mas deveria se chamar "Gonzaguinha – De Filho Para Pai”, e a própria história justifica o porquê disso


Confesso que não assisti a “Gonzaga – De Pai Para Filho” no cinema. A dúvida sempre se apossava de mim se gostaria de assistir a uma homenagem feita ao pai, quando o filho sempre foi meu ídolo. Não só pelo talento, mas pela história de sua trajetória. Sabia que iria me emocionar ao assistir à versão para televisão, transformada em minissérie, que estreou na Rede Globo na terça-feira (15), e foi por isso que a acompanhei.

Sinceramente, entendo o porquê de o filme não ter sido um sucesso de bilheteria. A produção é detalhista, a fotografia é agreste no tom que o nordeste pede, a direção é rápida e lenta quando tem que ser, a interpretação tem o tempo da história, mas falta um quê de leitura cinematográfica que realmente prenda o público de cinema.

Talvez falte o título traduzir a história. “Gonzaga – De Pai Para Filho”?  Como assim? A história, na televisão, tem 90 por cento dos capítulos ocupados por Luiz Gonzaga, quando quem merecia estar no centro da história era seu filho, Gonzaguinha. Que artista que dá nome a um filme quebra o violão do próprio filho? Que artista é esse que ignorou o próprio filho e só o reconheceu quando ele estava fazendo sucesso?  Um sucesso verdadeiro, sincero e honesto, diferentemente do dele, vendido à ditadura? “Meu pai não passa de uma foto de um cartaz. Que rei é esse?”, perguntava Gonzaguinha, referindo-se ao Rei do Baião.

O nome desse filme deveria ser “Gonzaguinha – De Filho Para o Pai”.É essa culpa impregnada e propagada através dos tempos de que sempre os filhos devem algo aos pais, e esses se eximem de tudo por carregarem no peito o crachá de “pais”, que fazem deles os heróis? Mesmo não sendo merecedores desse título? Reconheço o valor de Gonzagão para o baião. Mas continuo sendo muito mais Gonzaguinha.


sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

“Salve Jorge”: Cai a máscara de Théo e personagem de Rodrigo Lombardi na novela de Glória Perez mostra “o cara” que ele é realmente: um sujeito bruto e machista


Rodrigo Lombardi deve ter outro motivo para querer dar um tempo na carreira de ator depois de “Salve Jorge” que não seja apenas o de querer ter mais tempo para se dedicar a seu primeiro filho e ainda ter um segundo. A cena protagonizada por Théo, seu personagem na novela das nove da Rede Globo, no capítulo dessa quinta-feira (17), foi patética, revelando que aquele que deveria ser o mocinho da história na verdade é um sujeito machista, egoísta e mal-agradecido.

Explica-se: depois de ter reatado e ficado noivo de Érika (Flávia Alessandra), o capitão reencontra Morena (Nanda Costa) e não titubeia em levá-la para um motel. Após passar a noite com a ex que o abandonou às vésperas do casamento para ir ganhar dólares na Turquia, ele simplesmente fica furioso ao descobrir que Érika já sabia que Morena estava no Brasil e não o avisou. De dedo em riste na cara dela, ele esbraveja: “Você sabia que Morena tinha voltado e ficou mancomunada com minha mãe me induzindo a tomar uma atitude rápida em relação a você”, gritou ele, achando-se cheio de razão. Ele já não é bem crescidinho para assumir sozinho a decisão de ter assumido um compromisso de noivado? É muito fácil pular a cerca e depois culpar a mamãezinha. Mas é nojento ele ir jogar a culpa na própria noiva.

O pior mesmo foi acompanhar toda a sequência do militar na cama com Morena ao som de “Esse Cara Sou Eu”. Definitivamente, a letra da música de Roberto Carlos não traduz em nada o “Cara” que se mostrou o personagem. Um cara que no início tinha fama de mulherengo, sempre foi manipulado pela mãe, e que não tem o mínimo de sensibilidade em respeitar o sentimento dos outros, como fez com Érika, traindo-a pela segunda vez com Morena. A autora Glória Perez não devia estar em seu melhor momento de inspiração ao escrever essas cenas tão pobres de qualquer tipo de romantismo.

Depois de ter roubado o posto de protagonista de Márcio Garcia em “Caminho das Índias”, outra trama de Glória Perez, e ter se saído tão bem no desafio de viver no remake de “O Astro” o personagem-título feito brilhantemente por Francisco Cuoco na versão original, não é de se estranhar se Rodrigo Lombardi não estiver muito satisfeito com a trajetória de seu capitão Théo. Grande parte do público certamente não está.


Mais "Salve Jorge" aqui:
http://tvindependentebyelenacorrea.blogspot.com.br/2012/12/salve-jorge-giovanna-antonelli-faz-uma.html 


quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

“Lado a Lado”: Camila Pitanga e Patrícia Pilar protagonizam uma das melhores cenas de enfrentamento de suas personagens, Isabel e Constância, na novela das seis




Camila Pitanga atingiu o auge de uma interpretação apaixonada que já vinha dando a Isabel desde a estreia, há quatro meses, de “Lado a Lado”, novela das seis da Rede Globo, na cena dessa quarta-feira (16), em que sua personagem literalmente voou no pescoço de Constância (Patrícia Pilar), e deu uma sonora bofetada na “Baronesa”.  Com certeza, a intensidade das encenações aliada à agilidade da história escrita por João Ximenes Braga e Cláudia Lage tem feito toda a diferença e garantido o sucesso que a trama vem fazendo.

A cena que envolveu, além de Camila e Patrícia, os atores Milton Gonçalves e Marjorie Estiano merece ficar registrada como mais um dos grandes momentos da teledramaturgia brasileira. Nela, Isabel mostra toda sua revolta após ter descoberto que seu filho está vivo e foi tirado dela pela Baronesa ao nascer. Camila deu a real dimensão da mãe que vira uma leoa para defender sua cria. E Constância, apesar de toda sua vilania, começou a dar sinais de demência ao reagir de uma forma patética, quase alienada, preocupada com a criança, sem levar em conta a gravidade de todo mal que tinha causado às pessoas que estavam ali à sua frente.

E o capítulo dessa quinta-feira (17) promete mais fortes emoções, quando Isabel desmascarar a Baronesa perante toda sociedade carioca que estará presente à apresentação da bailarina no evento beneficente. Essa é mais uma qualidade dessa novela: apesar de ser de época, as ações se desenvolvem e se sucedem com agilidade, superando até mesmo a outras tramas que se passam nos tempos atuais e levam capítulos, semanas, para terem uma simples situação resolvida. Definitivamente, pelo conjunto da obra, “Lado a Lado” é a melhor produção atualmente no ar na Rede Globo.




Mais "Lado a Lado" aqui:
http://tvindependentebyelenacorrea.blogspot.com.br/2012/12/lado-lado-alessandra-negrini-pegou-o.html

terça-feira, 15 de janeiro de 2013

“Mulheres Ricas”: Programa da Band volta tentando mostrar a alta sociedade paulistana e quem domina a cena mais uma vez é a carioca Narcisa Tamborindeguy


Quem se preocupava muito mais com as grifes de roupas e do champanhe do que com as participantes de “Mulheres Ricas”, que estreou na segunda-feira (7) na Band, com certeza deve estar pedindo para sentar na terceira classe, porque na primeira não há lugar para elas e muito menos para seus assessores. O pseudo-reality-show é uma farsa tão grande quanto seus realizadores. Sim, porque não há como levar a sério um programa que se diz feito por mulheres ricas e mostra apenas candidatas a sócias do Country Club Paulistano desesperadas em carimbarem no passaporte o título de “alguém” quando se é “ninguém”.

Pior do que a primeira edição, essa segunda traz mulheres mal amadas e mal resolvidas. Aileen tem 21 anos, a família tem um haras no Espírito Santo, mas ela não é ninguém. Apenas uma aspirante a cantora que se ofereceu para cantar no aniversário da Narcisa Tamborindeguy no programa dessa segunda (14), mostrou apenas sua total falta de talento. Ou seja, não é uma mulher rica (é filha de pais ricos), não canta, não faz nada, não justifica estar na mídia. E Narcisa, a carioca, brilha soberana, num programa de paulistas sem ninguém local que represente a classe anunciada no título do mesmo.

Andréa deve agradecer se for lembrada eternamente como ex-mulher do Carlos Alberto de Nóbrega, porque se for por ela própria, realmente não vai sobrar nem a lembrança dos tempos em que ela sentava no banco do "A Praça É Nossa", numa tentativa suicida de ser atriz. As outras...???  Bom, quem conhecia antes Aileen, que Narcisa chamou de Alienígena? Cozete, ex-miss São Caetano... Oi? E Mariana, mulher de um ex-jogador tão desconhecido quanto ela? Como essas “mulheres ricas” paulistas são tão dependentes de maridos e ex-maridos?

Ou seja, o nome desse programa deveria ser “Paulistanas Mal Resolvidas” ou “Uma Carioca Doidivana (mas verdadeira) e Muitas Paulistas Deslumbradas (e falsas)”, porque está na cara que não existem mulheres ricas  sem ter por trás uma herança ou um marido rico. A maioria não é de mulheres batalhadoras. É de mulheres fakes. 


Mais "Mulheres Ricas" aqui:
http://tvindependentebyelenacorrea.blogspot.com.br/2012/01/mulheres-ricas-o-canal-do-esporte-se.html 

segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

“Arquivo Confidencial”: Com todo seu talento e sempre sorrindo, Francisco Cuoco se revela um dos artistas mais autênticos, sinceros e humildes que já passaram pelo quadro do “Domingão do Faustão”




Francisco Cuoco transmite uma sinceridade e uma naturalidade ao lidar com todo tipo de assunto, tantos os mais corriqueiros do dia-a-dia quanto os que envolvem sua profissão e a fama que advém dela, que ele pode ser considerado um dos artistas mais autênticos ao ser o homenageado do “Arquivo Confidencial” do “Domingão do Faustão”, como aconteceu nesse domingo (13), na Rede Globo. É claro que ver a própria história ser contada por antigos companheiros que nos acompanham ao longo de nossa trajetória é de fazer qualquer um se emocionar. A diferença é que Cuoco em nenhum momento sucumbiu à tentação de se vitimizar para tornar seus dramas ainda mais dramáticos. Sempre com um sorriso nos lábios, embora lágrimas nos olhos, o ator deu um exemplo de simplicidade, serenidade e engajamento social.

E olha que não faltaram motivos para emoção. Como quando sua irmã lembrou a morte do pai de um enfarte fulminante após sair para o trabalho e do coma que acometeu sua mãe, após um AVC quando se dirigia para onde estava o corpo do marido, e que a deixou inerte durante dez anos em casa. Mas, de cada situação ele colheu ensinamentos. E continuou ensinando: “A vida passa rápido. O passado é uma referência, mas é uma coisa morta. Então, a gente planta muito esse presente com carinho, porque a gente não sabe o minuto seguinte”, afirmou o ator.

Entre os famosos que gravaram depoimentos, como Boni, Regina Duarte, Tony Ramos, estavam também anônimos, como o porteiro de um teatro que assistiu a uma peça pela primeira vez graças a um convite pessoal de Cuoco, ou o porteiro do prédio onde o ator mora que foi socorrido financeiramente por ele num aperto pelo qual passou, e uma fã, que guarda até hoje uma imensa dedicatória escrita pelo artista ainda em início de carreira, quando morava num humilde sobradinho em São Paulo. Ao invés de falar sobre os tempos difíceis na moradia, como Faustão tentou instigar perguntando se naquela época ele trabalhava num banco, o homenageado riu, disse que também foi feirante enquanto morava ali e brincou lembrando, rindo muito, que no cômodo viviam várias pessoas, inclusive um tio que bebia e chegava se esgueirando na porta.

Fausto Silva, como acontece invariavelmente, não foi feliz ao anunciar, após o depoimento de Antônio Pitanga, “o ator que hoje é mais conhecido como pai da Camila Pitanga”. Rápido, Cuoco desviou a atenção do comentário para uma história divertida de quando jogava futebol no time de Pitanga e de Miéle, o outro depoente do bloco.  E o homenageado deu mais uma lição ao falar sobre seu casamento de três anos com Thaís, 53 anos mais jovem do que ele, que tem 79: “Coração não tem idade e sentimentos não têm barreiras”.  E fechou com chave de ouro ao não se vangloriar de estar ali colocado num pedestal e, depois de apontar bailarinas, plateia, equipe técnica e telespectadores, afirmar: “Aqui, nós todos temos uma grande história!”. Grande, Cuoco!