quinta-feira, 12 de setembro de 2013

“Damas da TV”: Simples e sem ousar na originalidade, série tem valor por mostrar atrizes cujas trajetórias se confundem com a própria história da televisão brasileira


A ideia não é original, o projeto não requer grandes produções, o programa não traz qualquer inovação, mas é sempre uma delícia ouvir as historias das maiores e verdadeiras representantes da arte de representar reunidas em “Damas da TV”, que estreou há duas semanas no Canal Viva. Já passaram por lá Glória Menezes, Fernanda Montenegro, e nessa quarta-feira (11) foi a vez da eterna namoradinha do Brasil, Regina Duarte. Que, inclusive, surpreendeu ao se posicionar em como se vê diante de tal título: “A 'namoradinha’ existe até hoje, mas cada vez fica mais distante de mim, porque se refere a uma pessoa que não sou mais. Então, fica como um troféu, algo que boto na estante para lembrar que um dia consegui estabelecer com o público uma relação amorosa muito forte. Mas eu não me sinto mais assim”, afirmou a atriz.

No total, são 23 atrizes que, indubitavelmente, fazem parte da historia da telenovela. O primeiro episódio, há duas semanas, foi, merecidamente, com Glória Menezes, protagonista da primeira telenovela diária brasileira, “2-5499 Ocupado”, de 1963, na TV Excelsior. E já fazia par romântico com seu marido de sempre, o eterno galã Tarcísio Meira. “A gente gravava quando a Excelsior saía do ar, à meia-noite. Trabalhávamos até as sete, oito horas da manhã, porque precisávamos aproveitar as câmeras e o espaço da emissora”, contou ela, em meio a muitas e ricas histórias daquela época.

A segunda focada foi Fernanda Montenegro, com sua experiência valiosíssima também no teatro e no cinema. Cada uma, com sua própria historia de vida, com sua própria trajetória profissional, estão trazendo lições. Fernanda, sem menosprezar as outras damas da TV, não deixou de deixar indelével sua preferência pelo teatro: “O importante é não ficar em uma coisa só”, sentenciou ela, mesmo tendo antes defendido o direito de cada artista escolher o veículo em que quer atuar.

Não precisa cenário, basta uma câmera. E o programa flui. Por quê? Porque o foco está em atrizes consagradas cujas trajetórias se confundem com a própria história da televisão brasileira. E é graças a damas como essas que projetos desse formato se repetem, mas não se desgastam. Basta lembrar o “Viva o Sucesso”, série independente e inédita que foi ao ar no mesmo canal ano passado. Agora é aguardar as próximas 20 damas que ainda serão focadas.


Relembre o "Viva o Sucesso" aqui:
http://tvindependentebyelenacorrea.blogspot.com.br/2012/09/viva-o-sucesso-regina-duarte-vem-dar-um.html