quarta-feira, 3 de abril de 2013

“Guerra dos Sexos”: O folhetim que começou como um remake repetitivo de três décadas atrás tomou fôlego próprio e chega à sua reta final como uma nova novela

Silvio de Abreu pode ser considerado um autor que supera a si mesmo ao resgatar uma história antiga e dar a ela outra roupagem, transformando-a numa trama condizente com seu tempo. É o que ele tem feito na nova versão de “Guerra dos Sexos”, novela das sete da Rede Globo, escrita pelo próprio em 1983. O folhetim que começou como um remake repetitivo tomou fôlego próprio e não ficou preso à cena divertida, mas exaustivamente repetitiva, de Fernanda Montenegro e Paulo Autran jogando o café da manhã, um na cara do outro. Passada a fase inicial da mesmice, a história vai chegando à sua reta final como uma nova novela.

Ainda percebe-se a mão do diretor Jorge Fernando em algumas cenas com toque de humor pastelão, que ele adora. Nada que prejudique o todo. Ele também é craque em cenas de lutas e brigas, principalmente entre mulheres, como aconteceu no embate entre Vânia (Luana Piovani) e Carolina (Bianca Bin). O equilíbrio do autor na distribuição de importância de todos os personagens fez com que cada um sempre tivesse seu momento de destaque e nenhum ficasse esquecido ou escondido na sombra do outro. Essa “democracia” faz com que não haja espaço para se definir quais são os protagonistas da história. Até mesmo os coadjuvantes têm seus cinco minutos, ou mais, de fama.

Diante dos novos ingredientes acrescentados por Silvio de Abreu, a “Guerra dos Sexos” atual está longe de ser um remake da versão original exibida há 30 anos. Ela ganhou vida própria. De repetição somente a atriz Marilu Bueno, interpretando novamente a engraçada Olívia, a governanta da mansão onde moram os primos Charlô (Irene Ravache) e Otávio (Tony Ramos). Mesmo mantendo o mote original de ter como foco um eterno embate entre homens e mulheres, o autor conseguiu desenvolver cada trama de forma que ela ganhasse um frescor e vida própria. E graças a essa inovação fez com que não se perdesse a expectativa em relação ao último capítulo. Espera-se que ele não decepcione e que o final não seja uma fiel repetição do que ocorreu na primeira versão.


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