quinta-feira, 31 de maio de 2012

"Muito+": Rita Cadillac cria factóide dizendo em programa na Band que foi proibida de entrar em "A Fazenda 5", mas não confirma ter sido convidada para o reality da Record


Rita Cadillac não entrou em “A Fazenda 5”, que estreou na Record na terça-feira (29), mas arrumou seu jeitinho de pegar carona no “momento dos famosos sem fama” para se fazer presente na mídia. E não havia lugar melhor do que o “Muito+”, programa da Band, comandado por Adriane Galisteu, auxiliada por outros até então desconhecidos. A presença da dançarina, conhecida por ter sido umas das principais chacretes nos programas de Abelardo Barbosa, o Chacrinha, nos anos 80, foi justificada por ela ter sido “a proibidona da Fazenda”, como chamou Galisteu. Ou seja, Rita teria sido barrada no reality show da concorrente. Mas nada ficou provado. “Alguém disse que eu iria, e depois disse que eu nunca teria entrado no programa”.

Deixando de lado a questão “não entrou por quê?”, é hora de Rita comentar sobre alguns nomes propostos pelo “Muito+”. Sobre Gretchen, uma das peoas da nova edição, ela garante que não são inimigas. “O que aconteceu é que namorei o Christian (cantor da antiga dupla Crhistian e Ralf) depois de ele ter sido casado com a Gretchen”.  Com a drag queen Léo Áquila, ela é direta: “Não só queria saber o que ele está fazendo lá. Que animal está representando? (...) O programa é para mostrar você 24 horas, ele não pode viver com plumas o tempo todo”, afirmou. 

Sobre nomes de fora de “A Fazenda 5” Rita também não aliviou. Ao falar sobre o estilista Ronaldo Ésper ela lembrou que o atrito com ele aconteceu quando os dois participaram de um quadro do programa “Eliana” no qual o tema era moda e ela venceu. “Eu estudei sobre o assunto, me dediquei, e ele fala que foi roubalheira? Ah, aí abro o livro, o verbo e desço o morro”, contou a ex-chacrete. Já sobre Alexandre Frota, após ela ter dito: “Eu gosto da pessoa, não do personagem Alexandre Frota”, Galisteu anuncia que ele entrará ao vivo, por telefone, e, em seguida, após alguma enrolação e sem qualquer explicação, diz que não terão mais a ligação dele. Pegou mal.

Pior mesmo é ver os anônimos colaboradores de Adriane debocharem e chamarem de anônimos as “celebridades tiradas do ostracismo” de “A Fazenda”. Como se eles fossem muito conhecidos. “Acho que vou me inscrever para o ‘Big Brother’”, afirmou Rita Cadillac, numa irônica tirada que nem os apresentadores do “Muito +”, candidatos à fama fácil, perceberam. Tudo farinha do mesmo saco.

quarta-feira, 30 de maio de 2012

“GCB”: Série do Sony traz um delicioso deboche da sociedade que se autoproclama cristã, mas comete os maiores pecados


Para quem gosta de séries que usam o humor para fazer uma crítica sútilao excesso de moralismo e hipocrisia que se criam em muitas sociedades, “Good Christian Belles”, ou simplesmente “GCB”, que estreou nessa terça-feira (29) no canal Sony, é mais uma boa e despretensiosa pedida no gênero. É preciso, porém, estar aberto a não levar muito a sério estereótipos que envolvem fanatismo religioso. A falta de tolerância dos americanos para tiradas cômicas desse tipo foi responsável para que a série não tivesse ganhado uma segunda temporada nos Estados Unidos, onde já foram exibidos seus dez episódios pela ABC. Puro exagero.

Baseada na série de livros “Good Christian Bitches”, de autoria de Kim Gatlin, “GCB” conta a história de Amanda Vaughn (Leslie Bibb), uma aluna malvada do interior do Texas que, após se casar, foi embora com ele para a Califórnia e teve dois filhos. Só que, passado o tempo, seu marido, um golpista, morre quando seu carro cai em um precipício no momento em que ele perde a direção enquanto sua amante fazia sexo oral nele. Humilhada, Amanda resolve voltar para a casa da mãe em Dallas, sua cidade natal. O que a viúva não esperava é que lá encontrará as antigas companheiras de colégio que eram vítimas de suas maldades, agora cristãs fervorosas, rancorosas e sedentas por vingança.

A série tem ritmo, timing de comédia e um elenco afinado. Destaque para o trabalho de Annie Potts no papel de Gigi, a socialite espalhafatosa mãe de Amanda. A atriz, que já participou de “Law & Order: SVU” como a advogada Sophie Devere, agora aparece com visual bem menos sóbrio do que em seu personagem na outra série. Em “GCB” Annie está simplesmente impagável esbanjando um estilo de perua texana em um universo que mostra bem, através dos cenários e figurinos, um modo de vida característico de uma sociedade tradicional interiorana, com suas vaidades, falsidades e gostos duvidosos.

Leslie Bibb, conhecida dos serie maníacos por ter protagonizado “Popular”, exibida de 2009 a 2011, que misturava drama pesado e comédia non-sense, ainda mantém um ar de adolescente, o que não chega a prejudicá-la na hora de convencer de que Amanda é uma mulher madura e com garra para enfrentar suas antigas desafetas. Até porque, Annie tem sido uma boa escada para ela. Gigi se supera quando, ao saber que a filha evita beber há 18 meses, ela recomenda, irônica, com uma taça de vinho na mão: “Se precisar ir a uma reunião de alcóolatras não vá às da Igreja Batista. Cadeiras dobráveis! Cheesy Boldon disse que é melhor na episcopal. Estofadas e tem canapés!”. Quando dá um cheque-compras para Amanda, não titubeia em avisar que se a filha não aceitar ela usará para comprar um casaco novo. "Deus fala comigo por meio de Christian Dior",diverte-se Gigi.

Kristin Chenoweth, a vilã Carlene, é a antagonista que supera a protagonista em várias cenas. Ela é a que mais sofreu nas mãos de Amanda na infância e agora lidera o grupo da pseudo-boas-samaritanas que fingem viver sob os preceitos da Bíblia. As outras cristãs são Cricket (Miriam Shor), de quem Amanda roubou o namorado, com o qual se casou; Sharon (Jennifer Aspen), a aluna mais linda da escola na época que perdeu um concurso de Miss Teen de Dallas porque Amanda espalhou que ela não era mais virgem, e Heather (Marisol Nichols), que acredita na regeneração da viúva, apesar de ter sofrido na adolescência quando a outra espalhou que ela tinha herpes, mas é pressionada pelas outras a ajudar na vingança do grupo. Principalmente porque Amanda já chegou chamando a atenção dos maridos das quatro. Juntas, elas prometem protagonizar divertidas situações. E ninguém vai violar nenhum "mandamento divino" apenas por se divertir assistindo à série. Na dúvida, é só consultar o Google, como faz Carlene.



terça-feira, 29 de maio de 2012

“Roberto Justus+”: Val Marchiori e Joana Machado desqualificam programa que até então vinha apresentando debates sérios com convidados interessantes e de nível

O que esperar de um programa que reúne a deslumbrada socialite Val Marchiori, ex-participante do “Mulheres Ricas”, da Band, e Joana Machado, conhecida pelo conturbado namoro que teve com o jogador de futebol Adriano e vencedora do “A Fazenda 4”, da Record? No mínimo uma saia justíssima com cruzar de pernas "deselegantes", como diria Sandra Annenberg! E foi o que aconteceu no “Roberto Justus+” que foi ao ar nessa segunda-feira (28), na Record, no qual o foi tema “Reality Show”. 

Britto Jr. também participou, falando sobre a estreia de “A Fazenda 5” nessa terça-feira (29). Mas foram as duas que roubaram a cena durante a gravação do programa, que aconteceu na terça-feira (22), enquanto o debate gerava em torno de assuntos como privacidade e polêmicas.  

O clima de animosidade prevaleceu desde o começo, no momento emque Justus perguntou a Val se ela participaria de “A “Fazenda”. “Deus perdoe. Não tem champanhe, cabelereiro”, respondeu a socialite. Mas o estopim da discussão foi aceso quando Val afirmou que não concordava com a superexposição, principalmente do corpo, com as mulheres tomando banho de biquíni. “Acho grotesco. Não tenho coragem”, esnobou ela. Indignada, Joana perguntou como ela diz não gostar de se expor se fez um programa do gênero. “Não tem coragem talvez porque não possa vestir um biquíni”, rebateu a ex-peoa.

Enquanto Val fazia suas tradicionais caras e bocas elogiando o “Mulheres Ricas”, Joana não conseguia disfarçar que estava se segurando para não explodir. “Estou adorando suas caras, Joana”, brincou Roberto Justus. “É que isso é muito fora do meu mundo. Eu vi o programa (“Mulheres Ricas”), é muita futilidade”, respondeu ela. “Vou ficar no salto senão daqui a pouco eu desço do salto...”, avisou pouco depois. Britto tentou amenizar, entrando em defesa da vencedora de “A Fazenda 4” lembrando que muitos ricos também criticaram do programa, que exagerou ao mostrar a vida deles.

Sem poder demitir nenhuma das duas como fazia em “O Aprendiz”, Justus encerrou o programa com uma questão para cada uma. A Val, perguntou se ela se arrependia de alguma coisa que tenha feito. “De nada”, garantiu ela, De Joana, quis saber se era verdade que ela tinha feito um barraco em um hospital como foi divulgado na mídia. “Não foi barraco. Eu estava com a pressão muito baixa e reclamei para ter atendimento. É que não sou como a Val que tem esse jeitinho de falar, sou mais firme, dura. Mas sei ser carinhosa quando tem que ser. Só não pode ser burra”, insinuou Joana.

O barraco, no entanto, extrapolou as paredes do estúdio após a gravação. Nos bastidores, Joana teria esbravejado contra a socialite. “Acho a Val Marchiori uó. Ninguém gosta dela, muito menos o amante dela”, teria dito a ex-peoa, que participa atualmente do programa “Legendários”, na mesma emissora. Quem se encarregou de espalhar a declaração e colocar mais lenha na fogueira foi a própria assessoria de Joana.

Val, por sua vez, usou a coluna “Hello!” que tem na revista “Veja São Paulo” para dar sua versão dos fatos no dia em que a atração foi ao ar.  Escreveu que não era sua intenção atacar a ex-peoa e que, inclusive, uma pessoa da produção de Justus teria a convidado para participar de outra gravação e teria dito que quase havia entrado no palco para segurar Joana, com medo do que ela pudesse fazer. “Eu realmente não sabia quem era Joana Machado, me disseram que ela era a ‘imperatriz’. Eu só conhecia a Leopoldina. Achei pelo que vi naquele dia, que nossa dinastia estava indo ladeira abaixo ou, como ela prefere, segundo alguns, subindo morro acima”, ironizou Val.

Infelizmente, o “Roberto Justus +” dessa semana perdeu bastante da qualidade que vinha mostrando em edições anteriores com temas tratados com seriedade e convidados de nível bem superior.

segunda-feira, 28 de maio de 2012

“Dança dos Famosos”: Kadu Moliterno se destaca na estreia dos homens no quadro do “Domingão do Faustão” e Carlinhos de Jesus condena preconceito de quem associa dança com sexualidade masculina



No primeiro dia de apresentação dos homens no “Dança dos Famosos”, quadro do “Domingão do Faustão”, nesse domingo (27), Kadu Moliterno foi a maior sensação da noite que teve como ritmo o Baladão. Ao som de Wando, o ator se superou e até rebolou para a plateia, completamente à vontade. Seu excelente desempenho também se deu graças à sua professora, Daniele de Lova, que criou uma coreografia para seu partner brilhar soberano.

Diferente da dançarina Carol Vieira, que criou passos nos quais ela se sobressaiu mais que seu aluno, Victor Pegoraro, o que prejudicou bastante a atuação do participante. O resultado final foi o ator ter sido o escolhido pelo júri para ser o primeiro a ir para a repescagem. Ele recebeu os votos da atriz Nathalia Dill e do júri técnico Carlinhos de Jesus, Fernanda Chamma e Massimo Ferrari. O ator Raphael Viana foi o único a dar um voto para Júlio Rocha, que fez na hora uma expressão de desagrado. Com razão, já que se saiu muito bem, com Carol Vieira, em uma dança cujos movimentos traduziam bem a letra da música “Vou Deixar”, de Skank.

O mais novo do grupo e capoeirista, era de se esperar que Rodrigo Simas tivesse mais facilidade e desenvoltura. Mas arrancou mais gritos das meninas da plateia por ser um jovem galã que acaba de ter tido seu momento de destaque na novela “Fina Estampa”. Já o lutador Rodrigo Minotauro teve seu melhor momento nas cenas dos ensaios. “Pular de perna junto eu não pulo. É muito ninja”, brincou ele na aula. No ao vivo, ficou engraçado dançando o “Tche tchererê” como se estivesse no octógono. E Péricles, vocalista do grupo Exaltasamba, está seguindo muito bem os mesmos passos de Sergião Loroza, que, apesar dos muitos quilos acima do peso, fez brilhantes apresentações na quarta edição do “Dança dos Famosos”. Com Luiza Módolo, Péricles fez bonito ao som de “Chocolate”, de Tim Maia.

Carlinhos de Jesus aproveitou o momento de dar seu voto para manifestar-se contra o preconceito que leva muitos a associarem dança com sexualidade. Indiretamente foi uma resposta a Fausto Silva que no começo do quadro, levantou a questão enquanto perguntava a Nathalia Dill sobre o que ela achava de ver homens dançando em países machistas como os latinos. Na hora também achei a observação sem sentido. Tem cena mais sensual e viril do que ver um latino dançando um tango ou um europeu numa dança flamenca? A manifestação do coreógrafo foi perfeita. Afinal, está já é a nona edição do quadro. Não cabe mais o apresentador fazer esse tipo de pergunta.


“Saturday Night Live”: O humor sarcástico de Rafael Bastos em seu novo programa na Rede TV! não conquista o grande público e atinge menos de um ponto de audiência


Rafael Bastos repetiu em várias entrevistas antes da estreia do seu “Saturday Night Live”, que aconteceu nesse domingo (27) na Rede TV!, que não estava preocupado com audiência nem com o fato de o programa representar sua volta à TV após a demissão da Band, mas sim em apresentar um produto diferente. Diferente? Se ele realmente queria fazer a diferença, por que não criou um projeto novo ao invés de copiar o formato de um humorístico americano criado há 37 anos pelo canal NBC e exibido no Brasil pelo Sony, nas noites de sábado (é claro!)?  Será que o grande diferencial é um programa que se chama “Saturday” ser exibido agora aqui em canal aberto em um...  Domingo?  O apresentador-comediante até tentou fazer gracinha dizendo que o programa não vai ao ar aos sábados para não concorrer com o “Zorra Total”, da Globo. Pelo jeito a ideia estapafúrdia não deu certo, pois, concorrendo com o “Fantástico” e com o “Pânico”, agora ba Band, amargou índices pífios de audiência, com variações entre 0.3 a 0.9 no Ibope.

A atração já começou tentando criar polêmica em sua abertura, com uma sátira ao depoimento que Xuxa Meneghel deu ao “Fantástico”, na semana anterior, no quadro “O Que Vi Da Vida”. Em um dos depoimentos, a imitadora da apresentadora diz ter orgulho de ter sido a primeira Maria Chuteira da história: “Queria pegar o Garrincha, mas ele era mais velho. Então, peguei o Pelé.” Para evitar motivo para encarar seu primeiro processo, não foi feita qualquer alusão à revelação de Xuxa de ter sofrido abuso na infância. 

Não faltaram alfinetadas à Globo, assim como também sobrou para a Rede TV!. “Estou aqui. Prova de que não é preciso dar para os donos da emissora. Só dei para o diretor comercial”, afirmou Rafinha, com aquela sua tradicional entonação de quem leva muito a sério a própria piada. E na comparação com o “Saturday Night Live” americano, o comediante debochou: “Lá é em Nova York. Aqui é em Osasco”. E antes de chamar a cantora Marina como atração musical, fez outro deboche pela falta de outros convidados famosos: “No programa americano, esta semana foi o Mick Jagger. Aqui, até o Frank Aguiar recusou”.

O grande problema da noite foram os quadros de humor gravados pelos atores do elenco do programa, formado por Marcela Leal, Renata Gaspar, Anderson Bizzocchi, Carla Candiotto, Carol Zoccoli, Cláudio Carneiro, Fernando Muylaert, Marco Gonçalves e Rudy Landucci. Mal produzidos, com problemas de iluminação e áudio e quase nenhum naturalidade nas interpretações. Para piorar, foram totalmente dispensáveis cenas escatológicas, como a de duas mulheres cobertas de sangue e espirrando leite pelos mamilos. Em outro, um homem só descobre que está se casando com outro homem depois de lambê-lo. Não tiveram a menor graça. O menos agressivo e com um pouco de humor foi o quadro “Domingo Show”, programa em que artistas que nunca quiseram ir quando faziam sucesso, agora que estão em baixa e precisam de divulgação resolvem se oferecer para participar.

Após a estreia, Rafinha admitiu, indiretamente, que o programa ainda precisa de muitos ajustes: “Temos muito o que aprender, mas estamos muito felizes com o primeiro SNL”, escreveu ele no Twitter. Com patrocinadores de peso - Skol, Guaraná Antarctica, Nestlé, Sadia, Sedex e Suzuki Motos – o que não faltará é verba para custear as despesas. Mas é preciso saber administrar não apenas as finanças como também a qualidade do produto oferecido. Só espero que entre as mudanças que serão feitas não esteja a ideia de colocar claquetes, como no “Saturday Night Live” original. Aquelas risadas gravadas de fundo são o que há de pior na versão americana.


sábado, 26 de maio de 2012

“Amor Eterno Amor”: Gabriel Braga Nunes se firma no primeiro escalão ao fazer sucesso como galã romântico logo após brilhar como vilão em sua volta à Globo

Gabriel Braga Nunes é a maior prova de que quando um ator tem talento não há motivo para temer ficar marcado por um único personagem. Depois de ter interpretado brilhantemente o vilão psicopata Léo de “Insensato Coração”, novela das nove de Gilberto Braga e Ricardo Linhares, exibida em 2011 e que marcou sua volta à Rede Globo, o ator vem se superando como Rodrigo, o romântico e místico protagonista de “Amor Eterno Amor”, trama das seis de autoria de Elizabeth Jhin.

No capítulo desse sábado (26), o personagem viveu mais um de seus muitos momentos marcantes quando, ajoelhado no rio que banha sua fazenda, finalmente assumiu para si mesmo seu amor por Miriam (Letícia Persiles): “Aceito as forças da natureza que guiam o meu caminho. (...) Eu quero você Miriam. Eu preciso viver isso”. Além do texto profundo, o cenário bucólico contribuiu para que as imagens ficassem plasticamente irretocáveis.

Curioso é que depois de fazer diversos vilões, que não necessariamente estavam na linha de frente do elenco, durante sete anos na Globo, em 2005 Gabriel foi para a Record, onde logo se tornou o galã da casa protagonizando o folhetim de época “Essas Mulheres”. Depois de fazer importantes papéis em outras novelas na mesma emissora, veio o destaque maior como Tony Castellamare em “Poder Paralelo”, exibida de 2009 a 2010. No ano, seguinte, Gabriel foi convidado a voltar à Globo e não fez por menos, roubou todas as cenas e, por competência própria, transformou seu personagem, o vilão Léo, no dono da história. Agora, reafirma sua versatilidade voltando à cena como um homem sensível, com poder de domar animais apenas com o olhar e preso a um amor de infância.

O personagem de Gabriel também tem seu carisma reforçado pela expectativa do público de que ele concretize logo um par romântico com a jornalista Miriam, interpretada por Letícia Persiles. A atriz, morena e com expressivos olhos verdes, está estreando como protagonista de novela. Seu único trabalho em TV tinha sido na minissérie “Capitu”, em 2008, em que fez a personagem-título jovem, vivida depois na fase adulta por Maria Fernanda Cândido. O programa, dirigido por Luiz Fernando Carvalho, que Letícia conheceu durante as gravações e com quem é casada e tem um filho, contou com algumas músicas da banda Manacá, da qual ela era vocalista. O grupo, que durou de 2002 a 2010, misturava rock a ritmos regionais. Sem entrar na questão mérito ou privilégio, a atriz está sabendo aproveitar muito bem a oportunidade que lhe caiu nas mãos. É o que conta.


sexta-feira, 25 de maio de 2012

“As Brasileiras”: O episódio “A De Menor do Amazonas”, com Maria Flor, mostra que o formato da série está ficando saturado


Maria Flor pode ter um jeitinho moleque e descolado, como bem mostrou na série “Aline”, exibida em 2009 e 2011 na Globo, em que vivia a personagem-título, mas não foi convincente vê-la, aos 28 anos, se passar por uma garotinha de 12 no episódio de “As Brasileiras”, “A De Menor do Amazonas”, exibido nessa quinta-feira (24). Que a série não tem compromisso com a realidade, mas sim com o deboche, já é sabido. Mas, após mais de três meses no ar, a repetição do mesmo tom cômico-sarcástico, e a mesma entonação na narração de Daniel Filho em quase todos os episódios já estão cansando.

Em “A De Menor do Amazonas”, Maria interpreta Shirley, funcionária de uma loja em Manaus, que vive levando cantadas do patrão, Loureiro (Otávio Augusto), que um dia exagera no assédio. Ela escapa e ele mente para a polícia que a jovem roubou sua loja. Ao fugir, ela vê Fernando (Marcos Palmeira), um turista carioca que está embarcando com sua enteada Suzana (Jeniffer Andrade) em um barco com uma excursão cheia de crianças. Para ser aceita no grupo e não pagar passagem, Shirley veste um uniforme igual ao das crianças, fica amiga de Suzana e começa a seduzir Fernando, que por sua vez já está encantado pela ninfeta.  No fim, ele deixa à namorada, Astrid (Rita Guedes), mãe de Suzana, e se casa com Shirley, vestida de noiva e usando maria-chiquinha...

Mesmo com boas atuações, a aparição dos mesmos atores interpretando diferentes personagens em mais de um programa numa mesma noite prejudica a verossimilhança de cada produto. O Loureiro de Otávio Augusto lembrou muito o Diógenes, personagem do ator em “Avenida Brasil” que também cai de amores pela piruete Suelen (Isis Valverde). E Marcos Palmeira, mesmo engravatado, não tinha como não remeter ao folgado Sandro da novela “Cheias de Charme”. Sem falar que o ator também já tinha protagonizado o episódio de estreia da mesma série, “A Justiceira de Olinda”, ao lado de Juliana Paes. A crítica daquela história está aqui:  http://tvindependentebyelenacorrea.blogspot.com.br/2012/02/as-brasileiras-nao-basta-ter-um-bom.html


quinta-feira, 24 de maio de 2012

“Reviva”: Primeira das cinco edições de especiais da única atração produzida pelo Viva, canal de reprises, trouxe um delicioso mergulho na história da evolução da música




Zeca Camargo foi uma escolha acertada do canal Viva para apresentar o primeiro “Reviva Especial”, de uma série de cinco edições, voltado para a música na TV, que foi ao ar na segunda-feira (21). Além de apaixonado pelo tema, o jornalista tem a descontração necessária para um bate-papo informal com os convidados Nelson Motta, Fernanda Abreu, Mu Chebabi e Léo Jaime. O mote foi fazer um mergulho na evolução da música na televisão, desde quando Lolita Rodrigues cantou o hino da TV na inauguração da Tupi. As imagens tiradas do fundo do baú e as histórias buscadas lá no túnel do tempo saciaram aos nostálgicos e foram uma aula para os que não viveram aquela época dos grandes festivais, criação das primeiras trilhas sonoras de novelas e surgimento dos videoclipes. 

Nelson Motta, que produziu as primeiras seis trilhas sonoras de novelas, lembrou a importância dos musicais, que, no começo da televisão, ocupavam horário nobre. “Eram a novela da época. As pessoas comentavam nas ruas sobre eles”. Fernanda Abreu ressaltou a importância estética da linguagem dos clipes. Mu Chebabi falou sobre as trilhas sonoras, destacando a da novela “Irmãos Coragem”, de 1970. E Nelson aproveitou a deixa para dizer que foi a primeira vez que Elis Regina e Tim Maia tiveram músicas numa telenovela. “O Tim Maia tinha uma música escrita para o Padre Cícero e precisávamos de uma música para o João Coragem (personagem de Tarcísio Meira). Ele topou e na hora mudou a letra, onde era o nome do Padre virou o do João”, contou o produtor, dando risadas. Léo Jaime, por sua vez, salientou como os festivais tiveram importância política na TV.

Deixando o saudosismo de lado, o programa debateu um fato comprovado pelo sucesso que a reprise do “Globo de Ouro” no mesmo canal vem fazendo: existe, sim, audiência para programas feitos exclusivamente para apresentação de atores consagrados. Além dos convidados em estúdio, depoimentos gravados por outros artistas intercalavam o bate-papo. Hebe Camargo foi uma a cobrar que a TV está devendo espaço para os cantores, já que antigamente os musicais tinham mais presença nas emissoras. Boni, por sua vez, considerou que houve um excesso de exposição desses artistas nos horários nobres. 

Apesar da opinião do ex-vice-presidente de operações da Globo, os convidados do “Reviva Especial Música” foram unânimes em defender que há público, sim, para programas do gênero, desde que sejam feitos em cima de boas ideias, adaptando para os tempos atuais. Já Roberto Talma, que dirigiu o “Especial Chico e Caetano”, em 1989, reunindo Chico Buarque e Caetano Veloso e convidados, deu uma alfinetada ao falar sobre a possibilidade de se voltar a produzir musicais: “Esse tipo de invenção só com gente muito inteligente. Não sei quantos inteligentes há hoje na música popular brasileira. Com o maior respeito que eu tenho por todos”, afirmou o diretor. De volta ao estúdio, Zeca Camargo botou panos quentes e não incluiu a questão “inteligência na MPB” na discussão.

Em um cenário simples, com os quatro convidados sentados de frente para o apresentador, ficou legal o clima de bastidores mostrando o pessoal da equipe do programa, no fundo do estúdio, o cameraman em movimento, holofotes e até o teleprompter com o texto dito por Zeca na hora de chamar os VTs.
Esse foi o primeiro de cinco edições especiais “Reviva”, única atração produzida pelo Viva, que tradicionalmente só exibe reprises, e serão apresentadas sempre às segundas-feiras. O projeto faz parte das comemorações pelos dois anos do canal. O próximo, “Reviva Especial Programas de Variedades”, será apresentado por Marília Gabriela. Glória Maria comandará duas outras edições, uma sobre novelas e outra sobre seriados e minisséries. E Zeca Camargo voltará no quinto e último, falando sobre o humor na televisão.

quarta-feira, 23 de maio de 2012

“Avenida Brasil”: Vera Holtz e José de Abreu conseguem despertar os mais diversos sentimentos no público interpretando com maestria os sofridos vilões vítimas do lixão


Vera Holtz e José de Abreu poderiam ter caído na tentação de deixar para atribuir à caracterização marcante de Lucinda e Lino a parte mais difícil na composição dos moradores do lixão que interpretam em  “Avenida Brasil”, na Globo. Mas esse tipo de saída fácil não caberia em profissionais com o quilate desses dois atores. Tanto Vera quanto Zé de Abreu estão fazendo um mergulho tão profundo na dura realidade de seus personagens que é impossível o público não ficar confuso com a mistura de sentimentos que eles provocam.

Como não amar Mãe Lucinda no começo da novela, vendo ela cuidar e defender as crianças do lixão? Como não odiar Lino, carrasco, bêbado e cruel com os pequenos catadores de lixo? Mas, como não sentir raiva de Mãe Lucinda vendo-a silenciar sobre o passado de Carminha (Adriana Esteves), mesmo que isso custe o sofrimento de Rita/Nina (Débora Falabella) e Batata/Jorginho (Cauã Reymond), mesmo dizendo amar os dois criados por ela no lixão? E como não sentir uma pontinha de pena de Lino ao vê-lo em uma cena ser agredido pelo próprio filho, Max (Marcelo Novaes) e, em outra, às lágrimas, dizer que não quer mais ser considerado o depósito do lixo do mundo?

No ar também na reprise de “Que Rei Sou Eu?”, de 1989, no canal Viva, em que interpreta Fanny, Vera já passou por várias produções de sucesso na Globo, como “Vamp”, “Fera Ferida”, “O Fim do Mundo”, “Por Amor”, “Mulheres Apaixonadas”  e foi  elogiada por suas atuações em “Três Irmãs”, como a antagonista Violeta, e dois anos depois em “Passione” como a honesta Candê. Já Zé de Abreu é craque em vilões, como o Eriberto de “Porto dos Milagres” e o trambiquero Milton de “Passione”, mas também convenceu como o sacerdote indiano Pandhit em “Caminho das Índias”.

Já em “Avenida Brasil”, as personagens dos dois atores, tanto Lucinda quanto Lino, personifica o que há de pior em um ser humano em vários aspectos.  Basta lembrar que ambos sempre tiveram em comum o fato de serem exploradores do trabalho escravo infantil.  Ela disfarçando a exploração com a peja de “Mãe”. Ele, escancarando a podridão e nunca merecendo ser chamado de “Pai” nem pelo próprio filho. E ambos cumprindo seus papeis com maestria, superando inclusive o fato de o lixão da ficção ser total e absolutamente surreal. Nada tem do lixão da vida real. Mas esse ponto já foi tratado aqui em outros posts.

O que vale destacar também é que João Emanuel Carneiro, autor da novela, mais uma vez mostra ser um mestre em pincelar com o bem e o mal a mesma tela, confundindo os telespectadores em seu jogo de cores. Já Vera e Zé de Abreu vêm comprovando que foram os modelos vivos perfeitos escolhidos para esse quadro.


“Carrossel”: Após 20 anos, SBT estreia versão própria da novela infantil mexicana, com cenários psicodélicos e tocando em temas como bullying entre crianças

Silvio Santos acertou ao trazer de volta a novelinha infantil “Carrossel”, produzida pela Televisa em 1989, desta vez em versão brasileira escrita por sua mulher, Íris Abravanel, que estreou na segunda-feira (21) no SBT.  A história, dublada, foi exibida pela emissora entre 1991 e 1992 e seu sucesso na época foi tamanho que não só elevou os índices de audiência do canal como ganhou capa até da revista “Veja” sob o título “A Virada do Dramalhão Mexicano”. A missão agora é repetir esse feito. Mantendo a mesma linha do original, a nova releitura tem chances de conquistar a garotada e atrair a atenção até dos que já conhecem a história. Afinal, duas décadas depois, quem não lembrou na hora ao ouvir o refrão “Embarque nesse carrossel, onde o mundo faz de conta, a Terra é quase o céu”, música tema da novela?
 
É claro que ninguém pode assistir esperando encontrar um clássico da dramaturgia. É preciso lembrar que se trata de um folhetim voltado ao universo infantil, cuja história se passa em um colégio, Mundial, onde uma dedicada professora, Helena, lida com as travessuras dos alunos, além de se envolver nos dramas pessoais e familiares das crianças. A professora, vivida por Gabriela Rivierono na trama da Televisa, aqui ganhou a interpretação de Rosanne Mulholland, que, não por acaso, tem o mesmo tipo físico da atriz mexicana. 

Em tempos em que as novas tecnologias cada vez mais vêm transformando a infância em um parque computadorizado, no qual a maioria das crianças trocou seus brinquedos antigos por jogos na internet, videogames e outras máquinas de diversão, “Carrossel” relembra brincadeiras ingênuas e criativas, como o susto que os alunos deram na professora de música ao colocar uma perereca dentro do piano. 

Os cenários em cores fortes e vibrantes dão um toque meio de universo HQ psicodélica. Até mesmo os uniformes, em tom verde-limão, garantiram a latinidade preservada no folhetim. Mas nem tudo é festa. Os conflitos que fazem parte da realidade de qualquer criança em qualquer época são mostrados e vão desde o estudante tímido que não consegue se enturmar, os encantos românticos ingênuos e platônicos até os casos de preconceito e agressões verbais e físicas, hoje chamados de bullying. Para tocar em tantos temas, há alunos de todas as raças e classes sociais. Está lá o gordinho, o magrinho, o rico, o pobre, o negro, o judeu, o descendente de japonês.

A abertura é uma espécie de “chamada escolar” em que cada aluno aparece com o nome do personagem. Poderiam ter colocado também os nomes dos atores, já que a maioria é desconhecida. A exceção é Maísa, menina prodígio que já aprontou muito como apresentadora na emissora, que agora estreia como atriz fazendo a boazinha, mas esperta, Valéria. E também a pequena Larissa Manoela, que já foi elogiada por sua atuação no filme "O Palhaço", dirigido por Selton Melo, e agora vem se destacando no papel da menina rica, metida e malvada Maria Joaquina. No geral, todos os atores-mirins estão mostrando muita desenvoltura, graças à capacidade de cada um e ao trabalho de direção Reynaldo Boury, que conta ainda em sua equipe com os diretores Luiz Antônio Piá, Roberto Menezes e Paulo Soares.

Uma falha no primeiro capítulo foi a professora Helena, recém-chegada na escola, ao ver uma aluna triste no pátio ir até ela e dizer seu nome, Regina. Como ela sabia como a menina se chamava se ainda nem a conhecia? Também poderiam atualizar algumas expressões que tornam o texto arcaico, como chamar o quadro-negro de “lousa”. Mas, são correções que podem ser feitas ao longo do ano letivo do folhetim, inicialmente previsto para ter 260 capítulos. É aguardar para ver as voltas que este novo “Carrosel” dará. A contar pelos dois primeiros capítulos, a novelinha promete, pois já deixou a emissora na vice-liderança da audiência.



segunda-feira, 21 de maio de 2012

“Globo de Ouro”: Sucesso da reprise do programa dos anos 80 mostra que o público quer mais musicais com seus ídolos e não apenas realities com anônimos

“Globo de Ouro”, programa com a “parada musical do momento”, momento este, no caso, os anos 80, surpreendeu ao voltar a fazer sucesso com sua reprise no canal Viva. O que se percebe é que em meio a tantos realities shows em busca de novos cantores, há, sim, um público ávido por projetos do gênero que reúnam seus ídolos, já consagrados, em uma única atração. Talvez não seja interesse das gravadoras. Talvez elas prefiram que seus contratados compareçam apenas como convidados em programas de variedades que já sejam líderes de audiência. Ou talvez falte modéstia para alguns artistas admitirem que ainda não estejam “em primeiro lugar na parada”.

Fato é que desde a estreia, dia 3 de maio, a repercussão da reprise foi imediata. Em menos de um mês o programa, apresentado por César Filho e Isabela Garcia, colocou o canal em terceiro lugar como o mais assistido na TV por assinatura. Não foi à toa que até o “Vídeo Show”, da Globo, passou a encerrar suas edições sempre com um sucesso mostrado no “Globo de Ouro”. Nessa segunda-feira (21), o programa comandado por Ana Furtado e André Marques reapresentou Kátia cantando “Qualquer Jeito (Não Está Sendo Fácil)”, sucesso de 1988. Não por acaso, quando a cantora cega apareceu cantando no “Globo de Ouro” na segunda semana de revival do programa, seu vídeo foi o mais acessado no site do canal. Sem falar nas repercussões que continuam nas redes sociais.

O que levaria telespectadores de todas as idades a mergulharem nessa onda nostálgica? Entre os mais jovens, alguns podem estar apenas buscando uma diversão movida pelos modelitos da época, outros talvez estejam indo mais fundo e buscando uma comparação entre a qualidade do que era produzido antigamente e o que se ouve hoje. Melhor ou pior? Só o fato de levar à reflexão já é um ponto positivo.

Inicialmente reprisado de terça a sexta-feira às 23h15m, o programa ganhou mais um horário nesse fim de semana, quando passou a ser exibido também aos domingos, às 18h. Merecidamente. Afinal, além de hoje não existir um programa voltado exclusivamente às músicas mais tocadas e ser raro as atrações atuais mesclarem vários ritmos em uma única edição, no “Globo de Ouro” era possível ver artistas de diferentes segmentos reunidos em uma noite, como Rosana, Lobão, Xuxa e José Augusto. Ou Wando, Rita Lee e Roberto Carlos, atrações da noite dessa terça-feira (22).

Era a diversidade de gostos se sobrepondo e desprezando atitudes “diferenciadas” dos que se acham os reis das “bolachas pretas”, que fazia toda a diferença.