sexta-feira, 18 de setembro de 2015

“Tapas & Beijos”: Série se despede com final feliz para Fátima e Sueli, enquanto Tavares rouba a cena em situações inspiradas no Show de Truman


Após cinco anos no ar, a série “Tapas & Beijos” encerrou a sua derradeira temporada no ar nessa terça-feira (15), na Rede Globo, com o mesmo astral e deixando o gostinho de quero mais que marcaram o episódio final das anteriores. Só que dessa vez parece ter sido definitivo. Não há qualquer previsão de Fátima e Sueli, a dupla de protagonistas brilhantemente defendidas por Fernanda Torres e Andrea Beltrão, respectivamente, voltarem a viverem novas aventuras num futuro próximo. Infelizmente, pois a série criada por Cláudio Paiva e com direção geral de Maurício Farias estava entre um dos raros programas de humor de qualidade na emissora.

O último episódio teve um pouco mais do vai-e-vem entre Fátima e Armani (Vladimir Brichta) e Sueli (Fábio Assunção) que sempre pontuaram a história do quarteto, mas também sempre com situações surreais que garantiam a originalidade de cada noite no ar. Dessa vez, as duas começaram o capítulo vestidas de noivas, prontas para casar com outros noivos, e com esse mesmo figurino foram até o fim, quando selaram a volta tão esperada para seus verdadeiros amores. “Sempre haverá Copacabana”, declarou Sueli, referindo-se ao bairro da Zona Sul do Rio de Janeiro, onde foi ambientada toda a série e que, com certeza, foi quase um personagem à parte. Para quem conhece as ruas principais que serviram de base para as gravações, como Rua República do Peru, Avenida Nossa Senhora de Copacabana e arredores da pracinha do Inhangá, era quase como um Jogo da Velha identificar qual esquina estava deslocada para que outra parte do mesmo quarteirão.

Essa quinta temporada também veio reafirmar a sintonia dos coadjuvantes, como Otávio Muller e Fernanda Freitas formando o improvável casal Djalma e Flavinha, o divertidamente mão-de-vaca Seu Chalita encarnado com perfeição por Flávio Migliaccio, e os amigos-quase-coloridos, ou não, PC, o dentista machão não muito convicto defendido por Daniel Boaventura, e o advogado chato e pegajoso Tavares, personagem de Kiko Mascarenhas que ganhou destaque na final ao assumir papel semelhante ao de Jim Carrey no filme “O Show de Truman”. Em uma cena externa, lá estava ele entregando as pessoas que faziam figuração como pedestre ou até dirigindo algum carro: “Nunca teve um dia normal nessa rua. Isso é coisa de televisão. O mundo aqui é manipulado”, alertava Tavares. A paródia com o cinema ficou mais clara quando Tavares, depois que PC vai embora com a dançarina de boate Lucilene (Natália Lage) e o deixa sozinho na rua, fica apavorado ao sentir que está sendo observado e filmado por uma câmera e sai correndo, como se estive fugindo dos olhares dos telespectadores. A sequência funcionaria perfeitamente para o desfecho de qualquer programa. Mas valeu também optar pela presença de Sidney Magal cantando o tema de abertura da série, dividindo o palco com todo o elenco em uma apresentação festiva. Embora não tenha sido uma saída muito original...


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