sexta-feira, 28 de novembro de 2014

“Chaves”: Roberto Bolaños deixa a herança de sua obra nas reprises de seus programas que Silvio Santos mantêm no SBT


“Foi sem querer, querendo”. Bordão que atravessa gerações sem nunca perder seu sentido e com seu autor sempre sendo reconhecido por crianças, adolescentes e adultos: o atrapalhado Chaves, protagonista da comédia macarrônica mexicana que leva seu nome e há anos vem sendo exibida pelo SBT, com certeza não vai deixar de existir, apesar da passagem de Roberto Bolanõs. A morte do comediante foi por diversas vezes anunciada durante anos. Hoje, foi confirmada. Aos 85 anos.

Mas o intérprete de Chesperito, Chaves e Chapolim leva consigo também a bagagem da experiência como escritor e produtor de cinema, televisão e teatro.

Bolaños, ou Chaves, deixa como legado a necessidade de se criar programas de humor com conteúdo crítico, que seja popular, mas com uma linguagem acessível e educativa. “Chaves” não é brega. Nem chique. Mas seu sucesso tem a ver com o roteiro, o texto. O que conquista o público são os diálogos e as situações. Parecem bobos. E como são verdadeiros!

Fica a herança do artista através das reprises de seus programas no SBT.



segunda-feira, 3 de novembro de 2014

“Império”: Paulo Vilhena mostra maturidade como ator ao aceitar o desafio do novelista Aguinaldo Silva de fazer um esquizofrênico


Paulo Vilhena está realizando o sonho de todo grande ator: receber o desafio de interpretar um personagem que foge a todos os padrões. Mas é preciso lembrar que vai uma grande diferença entre “querer” e “fazer”. Muitos são desafiados, nem todos conseguem, mais do que atender ao chamado, superar as expectativas.  No capítulo dessa segunda-feira (3) de “Império”, novela das nove da Rede Globo, o ator correspondeu à cena escrita pelo autor Aguinaldo Silva, em que o esquizofrênico Domingos Salvador, após sair da penitenciária, identifica suas pinturas expostas na vitrine de uma galeria, e a transformou em uma sequência digna de cinema.

Desde que estreou na televisão, na Rede Globo, no seriado “Sandy & Junior”, em 1998, o ator colecionou trabalhos como bom moço. Mas na mídia e nos programas de celebridade sua fama sempre foi de mau. Ultrapassando uma fase de forma inesperada e mostrando um amadurecimento repentino, Paulo Vilhena está dando mostra de que, por trás do galã teen da ficção e ator rebelde na vida real, um trabalho está sendo feito.

Parabéns ao ator! E vamos ver se esse amadurecimento também poderá ser conferido em seus comportamentos fora do personagem. Porque o público não leva apenas o personagem para casa. É preciso levar para fora do ar também essa oportunidade que o autor Aguinaldo Silva está lhe dando de mostrar sua maturidade na profissão.

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sábado, 1 de novembro de 2014

“Geração Brasil”: Homenagem a Taís Araújo e Lázaro Ramos emocionou e foi o ponto alto do último capítulo da novela das sete


A homenagem que os autores Filipe Miguez e Izabel de Oliveira fizeram a Taís Araújo e Lázaro Ramos fez toda a diferença no último capítulo de “Geração Brasil”, que foi ar nessa sexta-feira (31), na Rede Globo. O casal, que na vida real espera seu segundo filho, não formou par na novela das sete, mas a cena foi emocionante: Lázaro, na pele do guru Brian, abençoou o barrigão de Verônica, a jornalista vivida por Taís que, na trama, esperava o terceiro filho de Jonas Marra, personagem de Murilo Benício. Após perguntar o nome do bebê a Verônica, o guru declara: “Maria Antônia, que você chegue trazendo mais luz a esse mundo”. O nome é o mesmo que os atores pretendem dar à sua segunda filha, que está no sexto mês de gestação.

No mais, o desfecho teve casais se reconciliando, vilões sendo punidos e mocinhos recompensados, no melhor estilo dos folhetins tradicionais, apesar de ter sido uma novela que investiu no temas das novas tecnologias na informática. A expectativa criada na estreia em termos de audiência, há seis meses, pode não ter sido superada, já que era muito grande pois tomava como referência o sucesso de “Cheias de Charme”, sucesso anterior dos mesmos autores.

Para quem esperava que Claudia Abreu viesse fazendo uma nova Chayenne, a atriz surpreendeu ao dar um perfil todo próprio à atriz de seriados americanos Pamela Parker.  E Murilo Benício, depois da fama de bobão do Tufão de “Avenida Brasil”, fez por merecer a promoção de magnata da computação. Aliás, foi bem sacada a ideia de reviver a dancinha engraçada do ex-casal Marra, Pamela e Jonas, que marcou o primeiro capítulo no palco da TV Parker. E os passinhos desengonçados de Murilo foram bem imitados pelo jovem Max Lima, intérprete de Vicente, o sucessor de Jonas na sua empresa.

Vale destacar ainda as atuações de Luís Miranda, que convenceu do início ao fim no papel da transexual Dorothy Benson, e de Leandro Hassum que, em sua estreia em novelas, soube fazer rir e emocionar com o seu Barata, um apaixonado não correspondido por Verônica. Foi divertida a sacada de colocar Taís Araújo fazendo uma nova personagem para ocupar o coração sofrido do dono da loja de eletrodomésticos. Além de Isabelle Drumonnd, que soube deixar sua ex-Empreguete para trás e encarnou com facilidade a patricinha rebelde Megan, e Ricardo Tozzi, que conseguiu convencer a todos como bom moço e, no final, era o maior vilão de toda a história.

No balanço geral a novela cumpriu seu papel a contento no horário, com efeitos tecnológicos, humor sutil, figurino e direção de arte modernos e um tema de abertura que empolgou. Até mesmo o sotaque americano e as expressões em inglês, que inicialmente parecia que iriam saturar e cansar o público, foram mantidos e aplicados na medida certa. Ficaria bem mais estranho se tivessem sumido de repente, sem justificativa. Ponto para autores, elenco e a direção de núcleo de Denise Saraceni.

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