terça-feira, 6 de maio de 2014

“Geração Brasil”: Autores colocam informática e tecnologia a serviço de recursos que garantem sucesso em qualquer estreia, como glamour e humor



Há dias, quando a Rede Globo começou a veicular as chamadas de “Geração Brasil”, ao ver Murilo Benício e Cláudia Abreu em cena formando o casal protagonista da nova novela das sete, a primeira coisa que pensei foi que viria aí uma reedição do Tufão de “Avenida Brasil” e da Chayenne de “Cheias de Charme”. A comparação parecia inevitável. Mas a trama escrita por Filipe Miguez e Izabel de Oliveira, que estreou nessa segunda-feira (5), veio reafirmar que os autores, que estão em sua segunda novela, a primeira foi “Cheias de Charme” em 2012, já têm uma grife própria. Apesar da repetição de nomes do elenco de sua novela anterior e do estilo já conhecido, a dupla conseguiu dar o pontapé a uma nova história. E, o que é melhor e mais difícil: apostando em um tema ultra contemporâneo, que é a informática a serviço da diversidade de mídias, usando uma linguagem ágil e acessível até ao público mais leigo no assunto, diálogos criativos e situações cômicas.

A novela do núcleo de Denise Saraceni soube usar no tempo certo os efeitos especiais ao exaltar os incríveis avanços tecnológicos e também foi uma boa jogada usá-los na apresentação dos personagens principais. Esse recurso, unido ao flashback que mostrou de onde partiu a história, facilitou o entendimento do envolvimento de Jonas Marra com os jovens das tramas paralelas daqui para frente. A proposta foi tão bem entendida, que até o over de alguns personagens fica justificado.

Tem tudo para dar certo no horário a fórmula que mistura, com uma boa dose de humor, festas glamourosas, figurinos fashions, infidelidade amorosa e profissional, alpinistas sociais e jovens sonhadores classe média em confronto com filhinhos de papai. A viagem intergaláctica na abertura, com uma nave sobrevoando o Brasil trazendo abelhinhas que representam as novas tecnologias chegando e transformando tudo em pixel, ficou divertida ao som de “País do Futebol”, cantada por MC Guime. E o título, acompanhando o clima, foi estilizado, ficando G3R4Ç4O BR4S1L.

No elenco, marcado pela versatilidade, destacaram-se na estreia não apenas Murilo, Cláudia e Isabelle, como também Luís Miranda, que já é um caso à parte ao fazer Dorothy, a mãe de Brian, o vidente e guru de Jonas vivido por Lázaro Ramos. Em mais um bom momento está Humberto Carrão, interpretando Davi, um jovem sem recursos que sonha democratizar a informatização, e Taís Araújo, que faz Verônica, a ex-garota-propaganda e jornalista que batalha por um emprego de repórter para poder sustentar o filho. Momento revelação-cômica fica para Rodrigo Pandolfo, fazendo o histriônico Shin-Soo, o coreano repórter de celebridades na Parker TV.

Para quem não assistiu ao primeiro capítulo, a história principal gira em torno de Jonas Marra (Murilo Benício), uma espécie de Steve Jobs brasileiro que foi morar nos Estados Unidos para desenvolver um computador de baixo custo e fácil acessibilidade. Depois de ter construído um conglomerado de tecnologia no Vale do Silício conquistado uma legião de fãs, ele resolve voltar a morar no Brasil com a mulher, a star Pamela Parker (Cláudia Abreu) e a filha mimada e rebelde Megan (Isabelle Drumonnd). No retorno, além de abrir uma competição entre jovens candidatos ao título de Novo Marra da tecnologia, Jonas ainda terá que encarar os fantasmas que ocultam sua fuga do país anos atrás. E aí ficou o gancho no fim do primeiro capítulo.

No elenco ainda estão Renata Sorrah, Aracy Balabanian, Luís Carlos Miéle, Ricardo Tozzi, Luiz Henrique Nogueira, Chandelly Braz, Titina Medeiros, Fiuk, Débora Nascimento e Leandro Hassum, entre outros.



Leia também minha coluna de TV no Folha dos Lagos Online:
http://www.folhadoslagos.com/blogs/elena-correa/xuxa-minha-mae-fazia-de-tudo-para-todos-nos-termos-festa-de-aniversario-mesmo-que-o-bolo-fosse-de-mentirinha#.U2lIdHY0jfM