quinta-feira, 25 de julho de 2013

“Malhação”: Elenco jovem se mostra inseguro em cenas que parecem testes de interpretação e veteranos repetem o que já foi visto em situações cotidianas repetitivas


Há pouco mais de duas semanas no ar, a vigésima primeira temporada de “Malhação”, da Rede Globo, já pode ser considerada uma das menos empolgantes da série. Ao querer fugir do destaque dado a colégios e academias, habitat natural da galera que sempre foi o mote da novelinha, e levar o foco central para dentro da família, sob o enredo “Casa Cheia”, a origem se perdeu e esvaziou-se a justificativa de manter o mesmo título para histórias totalmente deslocadas do projeto inicial.

Como nas demais temporadas, a atual, de autoria de Ana Maria Moretzsohn e sua filha, Patrícia Moretzsohn, mistura atores veteranos com lançamentos. O problema é que essa nova safra de jovens parece despreparada para estar em cena até como coadjuvantes, que dirá como protagonistas. As cenas da maioria parecem testes feitos para escolha de quem vai ficar com o papel. Algo semelhante aos concursos promovidos no “Caldeirão do Huck” para dar ao ganhador uma vaga na novelinha. E olha que Talita Tilieri e Guilherme Dell Orto, que venceram o concurso em 2012, se saíram muito bem na temporada anterior. Já ao elenco jovem estreante de agora falta segurança e um maior preparo, o que desemboca em uma ausência de interpretação convincente em cena.

Quem mais se evidencia entre os novatos é o congolês Blaise Musipere, intérprete do Frédéric, um imigrante haitiano que perdeu a família num terremoto. O ator sabe aproveitar a oportunidade e dosar a emoção ao contar a história consistente de seu personagem. Já entre os veteranos, Tuca Andrada parece uma versão renovada do Gaspar, que Nuno Leal Maia fazia em “Top Model”, novela exibida em 1989, em que tinha vários filhos “do divórcio” adolescentes e agregados. Como se vê o tema não é tão novo assim. Alexandra Richter repete a perua histérica e fofoqueira da Sônia Sarmento que ela fez em “Cheias de Charme”. E Fernanda Souza está lembrando muito a Camila, que interpretou no humorístico “Toma Lá Dá Cá”, em 2011.

Além disso, a trama da nova “Malhação” também não prende. É arrastada, com situações domésticas comuns do cotidiano que se repetem. Em tempos em que a composição da estrutura familiar já se modificou e modernizou há tempos, o tema não traz nada de inovador. A idéia poderia ser mais enriquecedora para o público alvo do programa se buscasse aprofundar mais os aspectos psicológicos desse modelo contemporâneo de família – que mistura pais separados e filhos divididos entre os novos lares formados por cada um deles – e não apenas dar uma visão simplista e engraçadinha do tema.



Mais "Malhação" em:

http://tvindependentebyelenacorrea.blogspot.com.br/2013/07/malhacao-temporada-mostra-que-abandonou.html