quinta-feira, 27 de junho de 2013

Análise: Das séries de humor que encerraram suas temporadas na Rede Globo, o destaque ficou por conta da originalidade da estreante “Pé Na Cova”



Das séries cômicas que encerraram suas mais recentes temporadas na Rede Globo nos últimos dias, “Pé na Cova” e “Tapas e Beijos” foram as que mais mostraram fôlego para ganharem nova leva de episódios em 2014. Já “Louco Por Elas” e “O Dentista Mascarado” ou passam por uma total reformulação ou podem encerrar suas carreiras. Hour concour, “A Grande Família” não entra na lista, pois se mantém inabalável no quesito inovação nas suas histórias a cada temporada. Roteiro, direção e elenco continuam irretocáveis.

Miguel Falabella mostrou que continua sendo um poço de inspiração em “Pé na Cova”, criada e protagonizada por ele. O ator-diretor-produtor-etc, ao lado de Marília Pêra, garantiu momentos de muita risada durante a primeira temporada da série. É bem verdade que ele exagerou no clima Broadway no último episódio, em que quase todos os diálogos acabavam se transformando num musical. Mas também mostrou nas entrelinhas um engajamento no momento político do país quando sua personagem, a maquiadora de defuntos Darlene, cantou “Roda Viva”, tema da peça de mesmo nome, escrita por Chico Buarque em 1967, que se tornou um símbolo de resistência à ditadura militar. Na época, Marília e outros atores do elenco foram espancados pelo Comando de Caça aos Comunistas, que também depredaram o cenário. O tom político, no entanto, foi dado sem perder o humor e a ironia que sempre marcou o programa.

Em “Tapas e Beijos”, o último episódio da terceira temporada também saiu do lugar comum. O foco, que geralmente ficava em cima da amizade de Fátima e Sueli, personagens de Fernanda Torres e Andréa Beltrão, respectivamente, passou a ser os amigos Armane (Vladimir Brichta) e Jorge (Fábio Assunção). Os dois causaram ao se envolverem em situações que colocaram suas masculinidades em dúvida. Outro que se destacou ao longo dos capítulos que foram ao ar esse ano foi Djalma, interpretado por Otávio Muller, que garantiu um humor nervoso com seus surtos após ter sofrido um enfarte. As cenas em que apareceu pelado foram hilariantes. A série conseguiu fugir da mesmice.

Já “Louco Por Elas”, em sua terceira temporada, mais uma vez não soube inovar, com suas tramas repetitivas e diálogos clichês. Glória Menezes continua carregando nas costas a série protagonizada por Eduardo Moscovis e Deborah Secco. É a atriz veterana que, mesmo quando seu texto não é lá tão criativo, consegue dar uma interpretação diferenciada e convincente. Mas pior mesmo foi “O Dentista Mascarado”, em sua primeira temporada, tendo à frente o humorista Marcelo Adnet, estreante na emissora. Do início ao fim, os episódios trouxeram situações bobas e texto pouco atraente. Vai precisar fazer uma “prótese” geral se ganhar mais uma fase ano que vem.



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