terça-feira, 23 de abril de 2013

“Copa Hotel”: Nova série do GNT não empolga em sua estreia, com interpretações mecânicas, roteiro pouco atraente e ritmo lento demais no desenrolar da história



Anunciada como promessa de ser uma série que fugiria do foco ufanista de programas que buscam o caminho turisticamente mercadológico de mostrar o Rio de Janeiro como a eterna Cidade Maravilhosa, “Copa Hotel”, que estreou nessa segunda-feira (22) no GNT, não correspondeu à propaganda feita antes pelo canal. Faltou principalmente ritmo ao produto criado por Giuliano Cedroni que tem como protagonista Fred (Miguel Thiré), um fotógrafo que após morar em Londres por 15 anos volta ao Brasil para assumir um hotel, falido, herança de seu pai que acabara de falecer. Decidido a recuperar o estabelecimento, ele começa a perceber que muita coisa mudou desde quando deixou o país.

É compreensível que Fred esteja vivendo um momento de dor pela perda do pai, mas seu intérprete exagerou nos ares de luto. O ator parece não estar contracenando com ninguém, nem mesmo interpretando para as câmeras. Faltaram ainda as cenas prometidas de ação, suspense e até de romance. Maria Ribeiro, que vive a médica que cuidou do pai de Fred, está sendo mais uma vez ela mesma, sua interpretação não traz um grande diferencial de suas personagens anteriores.

Num primeiro momento, o roteiro de João Paulo Cuenca e Felipe Bragança, com texto final de Mauro Lima, que também assina a direção geral, não empolgou. Mas, como ainda restam 12 episódios, resta torcer que, de uma forma condizente com o a realidade que atinge o Rio, como o encarecimento desenfreado do custo de vida na cidade, principalmente pela “bolha imobiliária”, a série mostre uma Copacabana, bairro mundialmente conhecido e um dos principais cartões postais da capital, não apenas colorido e glamoroso como invariavelmente acontece, mas também como um lugar cada vez mais obstruído pela marginalidade, a sujeira e o mau cheiro que tomou conta das ruas.

Ou, corre o risco de se tornar apenas mais um reforço à propaganda enganosa de que o Rio está plenamente capacitado para receber a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016 e que os incentivos para esses eventos estão sendo bem administrados.


Mais GNT em:

http://tvindependentebyelenacorrea.blogspot.com.br/2013/03/saia-justa-repaginado-programa-volta-ao.html